APP discute Piso, hora-atividade e carreira do QFEB com governo

APP discute Piso, hora-atividade e carreira do QFEB com governo


null

A Direção da APP se reuniu na manhã desta sexta-feira (8) com o secretário Flávio Arns e com a equipe da Secretaria de Estado da Educação para retomar a discussão dos itens centrais da pauta de reivindicações que motivaram a deflagração de greve dos educadores, marcada para 13 de março. No encontro, um dos pontos importante da pauta foi superado: segundo o secretário, mediante a argumentação da APP, ainda em fevereiro o governo envia à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) o projeto de lei de reformulação do plano de carreira dos funcionários de escola com o reconhecimento de titulações na carreira dos funcionários. A graduação para o Agente Educacional I, e a Pós Graduação para o Agente Educacional II.

O governo também anunciou aos diretores da APP a publicação, no dia 18 de fevereiro, do edital do concurso para o magistério, que vinha passando por sucessivos adiamentos. Para outros itens decisivos – como a hora-atividade e o pagamento do reajuste do piso salarial -, uma nova reunião no dia 19 deve servir para o governo apresentar estudos e propostas à categoria. Veja os principais tópicos debatidos hoje:

Hora-atividade – A proposta do governo de hora-atividade, que desagradou o magistério e levou à deflagração da greve, pode ser revista. Na reunião de hoje, os representantes da APP reiteraram a defesa do cômputo da hora-atividade com base na hora-aula de 50 minutos, e a necessidade de uma resposta do governo, firmada em lei, para adoção o mais rápido possível dos 33%.  O secretário Arns citou o debate nacional que o Consed, CNTE, MEC e o Conselho Nacional de Educação realizam sobre o tema e apresentou sua disposição em avançar em uma nova proposta para a implantação dos 33% de hora-atividade.

Após mais alguns estudos de impacto financeiro, a proposta será levada para o governador. O secretário Arns e a superintendente da Seed, Eliane Terezinha Vieira Rocha, argumentaram sobre a necessidade da ampliação da hora-atividade impactar de forma significativa no processo pedagógico das escolas e propuseram uma reunião específica com a APP para debater formas de organização da hora-atividade na escola.

Em relação aos custos para a efetivação dos 33% da hora-atividade, os dirigentes sindicais e o deputado Professor Lemos (PT), presente à reunião, reafirmaram a importância do governo aplicar na educação básica, mais do que o mínimo de 25% hoje aplicado. A presidenta da APP, Marlei Fernandes de Carvalho, ressaltou que como o índice de reajuste do piso deste ano é bem inferior aos dos anos anteriores, o governo terá margem para medidas mais efetivas no aumento da hora-atividade.

Piso – O reajuste do PSPN foi outro ponto de discussão. Os dirigentes da APP cobraram do secretário a aplicação, a partir de janeiro, do novo valor do Piso Nacional na tabela salarial dos professores(as). O índice de reajuste anunciado pelo MEC é de 7,97%. No entanto, para o Paraná alcançar o novo valor do Piso Nacional, o reajuste necessário é de 7,11%. O tema voltará a ser discutido no dia 19, quando o governo apresentará os cálculos de impacto referentes à correção do Piso, à data-base e a última parcela da equiparação.

Carreira dos funcionários – A Seed acolheu a argumentação da APP de que o reconhecimento da graduação para agentes I e pós-graduação para os agentes II não só não seria ilegal como também já seria praticada em outros segmentos do funcionalismo estadual. Com isso, este ponto, exaustivamente negociado e acordado com o governo, terá um encaminhamento adequado: até o final do mês a Assembleia Legislativa vai receber o projeto em que se prevê o reconhecimento da graduação e da pós-graduação.  Além disto, o projeto contemplará o avanço geral de uma classe para todos os funcionários de escola, o que servirá para viabilizar o aumento real de 3,58% reivindicado desde o ano passado. Previsto originalmente para agosto, o avanço poderá ser antecipado, conforme reivindicou a APP e ficou de ser avaliado pela Seed mediante estudo de impacto orçamentário.

Concurso – Foi confirmada para o dia 18 a publicação do edital do concurso do magistério, que suprirá vagas de 13.771 professores e pedagogos. O certame, a ser conduzido pela PUC-PR, terá provas de conhecimentos (com redação), didática e de títulos. A prova de conhecimentos deve ser realizada em maio, segundo estimativa da Seed. Durante o debate do tema, os dirigentes da APP voltaram a reivindicar a realização de concursos para os funcionários(as) da educação. Um levantamento das vagas estará sendo efetuado pelo governo.

Remoção para os funcionários – Este direito é um dos pontos importantes previstos no Projeto de Lei de adequação no plano de carreira dos funcionários(as). Embora o PL não esteja ainda aprovado na Assembleia Legislativa, a APP e o governo discutem a realização do primeiro processo de remoção que deveria ter ocorrido no ano de 2012. Segundo a chefe de Recursos Humanos, Graziele Andreola, o concurso irá acontecer ainda no primeiro semestre e terá efeitos no mês de agosto, no retorno das aulas para o segundo semestre letivo.

Distribuição de aulas – A mudança da matriz curricular do Ensino Fundamental, promovida pelo governo no final de 2012 sem a devida discussão com os educadores, resultou numa série de problemas na distribuição de aulas no início do ano. Entre as dificuldades geradas estão a perda de aulas extraordinárias e a necessidade de os docentes terem de ir para várias escolas – distantes por vezes entre si – para completar o padrão. A APP solicitou que a secretaria analise a situação dos professores que foram prejudicados pela mudança.

Educação Física – A APP também levou à Seed a demanda dos professores de Educação Física, também atingidos pela mudança na matriz curricular, pela diminuição de três para duas aulas da carga semanal da disciplina. Com isso, os professores perderam diversas aulas extraordinárias e descontentes discutem a não participação nos Jogos Escolares do Paraná. A APP reafirmou a necessidade da implantação da hora-treinamento nas escolas e de projetos que possam amenizar a situação das disciplinas prejudicadas com a nova Matriz.

De acordo com Arns, uma comissão interna está discutindo as diversas possibilidades de complementação da carga horária destes docentes. Para o secretário, apenas uma solução mais abrangente, a ser dada com a educação em tempo integral, pode resolver a questão. Entre estas soluções estaria um investimento maior no contraturno. A Seed estuda a possibilidade de instituir em cada escola as seguintes demandas no contraturno: de 3 a 4 horas-aula por semana para projetos de esporte; de 3 a 4 horas-aula por semana para projetos de artes, e duas horas-aula treinamento.

Pendências – Os representantes da APP cobraram de Arns a nomeação de 349 funcionários concursados e aptos a assumir suas vagas. Este processo de nomeação se arrasta dentro do governo por vários meses. Arns prometeu uma solução na reunião do dia 19, assim como para o problema dos funcionários que fizeram o curso da Vizivali, com certificados posteriormente reconhecidos, e que não tiveram os avanços implementados.

Promoções – Também deve ser anunciada no dia 19 um encaminhamento para os mais de 8 mil protocolos de promoções de professores (as) funcionários (as) da educação. Segundo o GRHS , o governo está trabalhando para efetuar o pagamento, entre estes o do PDE 2010 na folha de março.

PSS – Após questionamento da APP, os representantes da Seed afirmaram que os PSS que completaram um ano de trabalho terão o pagamento de um terço de férias na folha de fevereiro.

Aposentadoria de funcionários(as) – Outra distorção para a qual foi cobrada uma solução é a de funcionários que ingressaram no QPPE e passaram para o QFEB e agora estão tendo problemas para se aposentar. Isto porque a ParanaPrevidência considera que a mudança para o QFEB significou a posse em um cargo novo; com isso, o servidor tem de esperar o prazo regulamentar de cinco anos no mesmo cargo (no caso, até setembro deste ano) para se aposentar. A chefe de Recursos Humanos da Seed irá se reunir com a Secretaria de Administração e Previdência (Seap) para tratar do tema. A APP defende a liberação das aposentadorias de funcionários (as) que se encontram na situação levantada, pois tem a convicção de que ao migrar do QPPE para o QFEB o funcionário não ingressou em um cargo novo.

Pela APP, participaram a presidenta, Marlei Fernandes de Carvalho, e os secretários José Valdivino de Morais (Funcionários), Miguel Baez (Finanças), Luiz Carlos Paixão da Rocha (Imprensa e Divulgação), além do deputado estadual Professor Lemos (PT). Pela Seed, estiveram o secretário Flávio Arns, a superintendente Eliane Terezinha Vieira Rocha, a chefe de recursos humanos, Graziele Andreola, e os assessores Graça Moraes, Evandro Guilherme Alves e Edla do Rocio Nascimento Romano.

Isso vai fechar em 5 segundos

MENU