No encontro, a presidenta da APP, professora Marlei Fernandes de Carvalho, lembrou a importância do mês de agosto na história de mobilizações da categoria. Desde maio não ocorria uma reunião do Conselho Estadual. Na reunião de hoje, estarão em pauta a negociação com o governo, a mobilização da categoria, a Conae, além de uma questão patrimonial referente à venda do imóvel do NS Maringá. Os problemas do concurso público do magistério também devem ocupar boa parte das discussões.
Sobre os protestos, a professora Janeslei Albuquerque, secretária de Formação da APP, observou que os movimentos que ocorreram em junho são uma síntese dos valores das novas gerações: imediatismo, o hedonismo, o individualismo e o egoísmo. Segundo ela, os que viveram o embate contra a ditadura não conseguiram transmitir uma adequada memória histórica acerca do valor da democracia.
Segundo ela, o resultado está na falta de compromisso destes movimentos com a acumulação democrática – demonstrada principalmente pelos atos de vandalismo contra o patrimônio público. Por outro lado, as forças de direita acabam capitalizando o saldo do embate nas ruas.
Mário Sérgio Souza, secretário de Assuntos Jurídicos do sindicato, observou que a disputa ideológica mais acirrada no campo da esquerda após os conflitos acaba por favorecer o segmento conservador. Segundo o dirigente, estas divergências internas estão se dando na linguagem da direita, minando os esforços obtidos pela esquerda pelos avanços no país.
Já o professor Luiz Carlos Paixão da Rocha, secretário de Imprensa e Divulgação da APP, disse que o governo federal foi rápido em dar uma resposta às ações nas ruas, conferindo conteúdo político às reivindicações, ao apresentar cinco pactos pelo país – responsabilidade fiscal e controle da inflação, plebiscito para reforma política, mais recursos para a educação, ampliação do atendimento à saúde e melhoria nos transportes. Segundo Paixão, apesar desta ação os movimentos sociais não fizeram ecoar as propostas da presidenta Dilma Rousseff.
O movimento, segundo ele, com pautas individualizadas, negação dos partidos e da política, atingem também os movimentos sociais e trazem uma reflexão à atuação sindical. O secretário de Finanças da APP, Miguel Baez, observou que os protestos estão sem orientação e, permanecendo assim, tendem a se esvaziar ou a se perder na violência. De toda forma, para Baez, os sindicatos e partidos devem dialogar com estes movimentos, evitando o revide à política antipartidária destes.