“O governo precisa saber que nós não aceitamos desrespeito”. É com esse espírito de garra que a professora Eliana Gios desembarcou em Curitiba após as nove horas de viagem que separam Maringá da capital paranaense. Com ele, virem outras dezenas trabalhadores(as) da educação, representando o Núcleo Sindical da APP na região, todos(as) partilham a mesma vontade de serem vistos e ouvidos na mobilização deste 30 de Agosto.
A tradicional marcha é uma das marcas da luta da APP por uma Educação pública de qualidade. Acontece sempre no dia 30 de agosto, desde o ano de 1988, quando professores(as) foram recebidos com violência policial, a mando do então governador Álvaro Dias, durante uma manifestação pacífica no Centro Cívico.
A expectativa é que este ano o ato público dos 25 anos do ’30 de agosto’ terá com a participação de aproximadamente cinco mil pessoas, são educadores e educadores paranaenses. Do interior, começam as chegar os primeiros dos quase 70 ônibus esperados para integrara a caminhada, muitos passaram a noite em viagem a agora, se reúnem em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para organizarem a saída até o Palácio Iguaçu, onde uma comitiva de dirigentes sindicais será recebida pelo governo para negociar a pauta que inclui:
- pagamento das promoções e progressões em atraso, que se acumulam mês a mês e já chegam a mais de R$ 30 milhões;
- um sistema de atendimento à saúde para todos os servidores estaduais;
- realização de concurso público para funcionários de escola;
- enquadramento dos professores que se aposentaram no antigo nível F6 ao atual nível II da carreira (promessa de campanha do governador Beto Richa);
- alterações nos contratos temporários, para que os educadores que ingressam via processo seletivo simplificado tenham remuneração igual à do efetivo com mesma titulação;
- pagamento de 0,6% para os professores a fim de que se atinja o Piso Salarial Profissional Nacional;
- debate democrático sobre a matriz curricular, que não houve no ano passado, quando o governo impôs mudanças no Ensino Fundamental.