Da Lei Áurea à Lei 10.639 APP-Sindicato

Da Lei Áurea à Lei 10.639


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A riqueza humana da cultura afro, traduzida na fala da Iyalorisá Iyagunã Dalzira Maria Aparecida, mestre em tecnologia na Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), iniciou a tarde de debates pedagógicos da primeira tarde do Seminário ‘Por uma escola sem racismo’. Em sua apresentação, a Iyalorixá fez um retrospecto sobre a  história da cultura negra no país, desde a aprovação da Lei Áurea até a Lei 10.639 e os desafios que os(as) negros(as) e seus descendentes enfrentam no país.

“Para que possamos pensar em uma escola sem racismo é preciso conhecer a história e também a religião dese povo. As religiões de raiz africanas precisam ser vistas como muito importantes na formação do povo que somos hoje.” afirmou a Iyalorisá ao levantar questões sobre a laicidade do ensino nas escolas públicas. “Precisamos deixar de excluir. Ou não ensinamos religião nenhuma ou ensinamos que existe uma diversidade de cultuar e formas de expressar a religiosidades, e todas merecem respeito”, conclui ao falar sobre o modelo de ensino atual nas escolas públicas e privadas. Os(as) participantes apresentaram questões, dúvidas e opiniões sobre a temática. O consenso é que o respeito ao indivíduo deve ser assegurado nas escolas.
A segunda fala da tarde, foi ministrada pelo professor e pesquisador da cultura negra, Eduardo David, Oliveira. O professor Duda, como é conhecido pelos que conhecem seu trabalho abordou questões sobre o passado ancestral e a formulação histórica do conceito de raças. “O racismo é uma prática – criminosa – que segrega um indivíduo ou grupo de qualquer esfera social. É uma prática que não é individual, mas consequência de uma mentalidade coletiva”, define o professor.
“É uma uma mentalidade que atravessa gerações e prega que aquilo que seja diferente de mim é inferior. O outro é desqualificado em sua existência e a ele é emprestado uma identidade que não o traduz”, afirma o professor ao introduzir o cenário de que o racismo pode ser expressado inclusive no ambiente digita, é o chamado racismo tecnológico. Conceito que analisa que a internet, tal como é disposta hoje, não é uma tecnologia livre, nem democrática, mas sim, centralizadora. “Somos meros reprodutores de conhecimento produzido por outrem e esse outrem tem nome, gênero, classe social e raça definidas” explica o professor.
O Seminário ‘Por uma escola sem racismo’ segue até esta sexta-feira (01) com debates sobre inclusão, respeito ao próximo e os desafios da implantação de políticas pedagógicas que visem a promoção da igualdade entre todos e todas independente de sua ancestralidade.
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