“Ê mulheres, mulheres, libertárias. Ê mulheres, feministas, revolucionárias. No batuque do tambor…”, cantavam e batucavam as feministas do Coletivo Feminista da APP e da Marcha Mundial das Mulheres no início dos debates da manhã de hoje (25), na Plenária Estadual realizada na sede da APP-Sindicato.
Reunidas para avaliação de 2013 e planejamento das ações para este ano, hoje houve um momento de partilha dos três grupos de discussão que debateram na parte da tarde de ontem o enfrentamento à violência sexista no Paraná; a legalização da prostituição; Políticas Públicas e controle social.
Propostas foram listadas e apresentadas, dentre elas muitos desafios passavam pelo fim da cultura do estupro e da violência e apontam para a Escola como um espaço mudança. “Nós sabemos quando uma menina chega à escola e sofreu abuso ou foi violentada. O nosso papel é de denunciar, procurar as instituições públicas e lutar por políticas públicas. Não é uma luta fácil”, declara a presidenta da APP, professora Marlei Fernandes de Carvalho.
Outra temática que ainda gera muita polêmica é o projeto de lei que legaliza a prostituição no Brasil, que voltou ao debate com a chegada da Copa do Mundo. “Temos feito muito debate sobre o projeto que não propõe nenhum direito para as mulheres e nem resolve o problema da violência, pelo contrario é uma falsa liberdade, oferecida pelo mercado, que banaliza a sexualidade, tornando-a como um produto. A Marcha vai contra esse projeto”, explica Sônia Coelho.
Sônia Coelho, a Soninha, veio de São Paulo da Marcha Mundial das Mulheres e também falou do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva para a Reforma Política, que terá um grande debate no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. O tema da Reforma Política não surgiu agora, mas é uma bandeira de muitos anos dos movimentos sociais e principalmente das feministas. “O Congresso que temos hoje, não nos representa. É masculino, branco, heterossexual e da classe dominante”, explica Soninha.
Ela relembra da grande conquista dos movimentos sociais que foi o Plebiscito contra a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) em 2002, que envolveu mais de 150 mil militantes e obteve 10 milhões de votos. Com a Reforma Política, não será diferente. “Hoje a população quer participar, quer estar nos espaços de decisão dos principais problemas que os afeta e principalmente na disposição dos recursos. Isso para nós mulheres é fundamental”, conclui.
A atividade termina esta tarde, após a organização da Marcha Mundial das Mulheres aqui no Paraná.