Hoje, 29 de janeiro, em todo Brasil, comemora-se o Dia da Visibilidade Trans. Dia de colocar em pauta a invisibilidade destas brasileiras e brasileiros do ponto de vista do respeito aos direitos e da dignidade tanto para o governo, quanto para a sociedade.
O Dia da Visibilidade Trans surgiu da campanha nacional “Travesti e Respeito”, em janeiro de 2004, criada pelo Ministério da Saúde em parceria com o movimento brasileiro de travestis.
Visibilidade e direitos – A pauta é extensa, dado a falta de informação e de interesse da sociedade e do governo, como também a não contribuição que a mídia em geral veicula. Nos programas de humor a presença de uma personagem travesti frequentemente é utilizada para enaltecer o estereótipo de que elas são homens, invalidando suas identidades femininas. Em consequência desta falta de respeito à identidade de gênero, a sociedade está acostumada a ver e associar travestis, transexuais e transgêneros ao mundo do crime, da farsa e do engano, dificilmente como vítimas do preconceito, de agressões físicas, estupros e assassinatos.
Outro ponto importante da pauta do Dia, é o desrespeito e a incompreensão de muitas famílias, que ao invés de ajudar, acaba expulsando-as(os) de casa. Sem ter onde morar, muitas acabam caindo na prostituição.
Na vida escolar, muitas desistem diante da agressões diárias vindas não apenas dos outros alunos e alunas, mas também daqueles(as) que deveriam protegê-las: professores(as) e comunidade escolar. Para eles(elas) a identidade de gênero é inválida, negando-se a trata-las(los) pelo nome social. No Estado do PR, segundo a Orientação Pedagógica 001/2010 do Conselho Estadual de Educação, o uso do nome social, bem como uso do banheiro de acordo com identidade de gênero devem ser respeitados, mesmo assim, o grande número de travestis, transexuais e transgêneros que evadem das escolas regulares é muito grande por não se sentirem respeitados(as).
Sem escolaridade é mais difícil conseguir um emprego, devido o grande preconceito do empresariado que, de um modo geral, não quer em seu quadro de funcionários(as) pessoas que a sociedade associa ao crime e ao errado.
Também é preciso lembrar as mais de vinte vítimas travestis e transexuais que morreram em função da transfobia generalizada por todo o país somente neste primeiro mês de 2014.
Diante desse panorama, o Dia da Visibilidade Trans para que esses cidadãos e cidadãs tenham seus diretos respeitados e reconhecidos, hoje e todos os dias do ano. E a APP Sindicato soma-se a essa luta por acreditar que uma Educação Pública, laica e de qualidade só se constrói quando todos e todas são respeitados.