Na tarde de ontem (3), primeira sessão ordinária de 2014 da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), servidores(as) públicos lotaram as galerias para protestar contra os projetos de lei 726 e 22/2013 que institui a Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado (Funeas/PR) e define as áreas de atuação de fundações instituídas pelo poder público, respectivamente.
Convocada pelo Fórum de Entidades Sindicais (FES), em que a APP-Sindicato integra, a manifestação interrompeu várias vezes o discurso do vice-governador Flávio Arns (PSDB), que apresentava o balanço das ações do Executivo referentes ao ano que passou e as perspectivas para 2014 . A sessão não teve pauta de votação, mas ficou entre a tentativa de discurso do vice-governador e os gritos contra a privatização da Sesa dos(as) servidores(as).
O sentimento de abandono por parte do governo é consenso entre os(as) servidores(as), que não aguentam mais o descaso com a saúde, por um SAS que não funciona, o aumento de gratificação de cargos comissionados enquanto só para a educação deve mais de 100 milhões dos atrasados e descumpre a lei ao não implementar os 33% de hora-atividade para os(as) professores(as).
Segundo a coordenadora do FES e presidenta da APP, professora Marlei Fernandes de Carvalho, ano passado os(as) servidores(as) já conseguiram adiar a votação dos projetos para 2014. “Não queremos a provação dos projetos de lei de terceirização da saúde. Por isso estamos organizados para desde o primeiro dia da Assembleia Legislativa solicitar ao governador, que retire esses projetos de lei daqui para o bem da sociedade paranaense. Porque nós entendemos que será muito ruim terceirizar os serviços de saúde e outros serviços que estão ai dispostos, para a população”.
Com a criação da Funaes, a Secretaria de Saúde se transformaria em mera gestora de contratos, perdendo o poder de executar os serviços e desenvolver as ações em saúde pública, ficando com os empresários as decisões sobre as políticas do Setor.
A data da votação dos projetos ainda não foi definida, mas os(as) servidores(as) não pretendem descansar. “Há vários acenos de paralisação e greves por tempo indeterminado. Se o governo não voltar atrás nestes pontos centrais da nossa luta é possível que haja uma greve no conjunto dos servidores” definiu a professora Marlei.