O primeiro dia da Hora Atividade pra Valer, nesta terça-feira, foi um sucesso em todas as regiões do Estado. Apesar das ameaças e tentativas de sabotagem do governo, os professores entenderam que não há outro caminho exceto fazer valer a lei na marra e mais de 80% da categoria suspendeu ontem a última aula para realizar sua sétima hora-atividade na semana.
Na grande maioria das escolas do Estado, os alunos foram dispensados mais cedo para que os professores, permanecendo na escola, pudessem realizar o direito garantido em lei.
“A categoria, mesmo sendo ameaçada pelo governo do Estado, manteve sua decisão firme, sua decisão de assembleia e participou da mobilização da campanha. Parabéns à categoria”, disse o secretário de comunicação da APP, professor Luiz Carlos Paixão da Rocha, lembrando que os professores têm agora o desafio de planejar o segundo dia de mobilização no dia 19 e se preparar para uma massiva participação na assembleia de avaliação no dia 22.
A professora Walkiria Mazeto, secretaria Educacional da APP-Sindicato, também comemorou a adesão da categoria, que não se intimidou. Ela observou que ontem mesmo as ameaças do governo continuaram, com pedidos dos Núcleos Regionais de Educação às escolas dos nomes dos professores que haviam aderido ao movimento.
Acerca das intimidações, a presidenta da APP, professora Marlei Fernandes de Carvalho, afirma que os professores precisam se manter firmes. “Ninguém deve assinar nenhuma ata ou relatório. E mais: vários diretores e diretoras estão enviando o relatório com a justificativa de que a categoria está cumprindo a Lei. Vamos em frente”, disse a presidenta.
O presidente do Núcleo Sindical de Paranavaí, José Manoel de Souza, em entrevista, explicou as razões da mobilização. “O governador se comprometeu em cumprir isso em janeiro de 2013, ele implementou 25% na época e no início de 2014 nós teríamos a totalidade, com os 33%, fato que não aconteceu”, demonstrou o dirigente.
Argumento falacioso – A professora Walkíria demonstrou a falácia do argumento do governo, segundo o qual a hora-atividade promovida pelos professores implicaria em “perda para os alunos”. “A perda pedagógica é não ter a hora-atividade. Ter um professor que tem tempo de preparar as suas aulas, de poder ir para a sala de aula muito bem preparado é um ganho pedagógico. O professor parou ontem uma hora, mas ficou na escola, para fazer seu planejamento, para organizar as suas aulas – é este o caráter da hora-atividade”, disse a dirigente, demonstrando que a carga horária será mantida.
Exemplo – Um dos grandes exemplos de mobilização vem do Núcleo de Apucarana, onde houve ampla mobilização. Segundo relato da direção do Núcleo, foram visitadas as escolas de Califórnia, Marilandia, Mauá da Serra, Cruzmaltina e três escolas em Faxinal. “De um total de 7 escolas, 5 aderiram totalmente à mobilização desse primeiro dia. Tudo caminhando para ser um sucesso. Em Apucarana hoje foi feriado municipal então saberemos como será apenas na semana que vem”, disse em nota a direção, que ainda concluirá as visitas às escolas durante a semana.
Demandas – E não é apenas a hora-atividade que mobiliza a educação nesta semana. Em Quedas do Iguaçu, 700 alunos das escolas municipal Roseli Nunes e estadual Chico Mendes não tiveram aulas ontem. A comunidade escolar protestou contra os problemas graves de estrutura do local onde funcionam as duas escolas, que já serviu de abrigo de defensivos agrícolas, está com problemas de infraestrutura, na rede elétrica e no mobiliário.
Veja reportagens da TV sobre as mobilizações:
:: Aqui, hora-Atividade pra Valer em Foz do Iguaçu.
:: Aqui, hora-Atividade pra Valer em Paranavaí.
:: Aqui, protesto em Quedas do Iguaçu.
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