O PL 726 atinge o coração da saúde pública paranaense. A Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Funaes) terá autonomia financeira, dinheiro público, imóveis doados e servidores cedidos. Fará seu próprio planejamento, ou seja, escolherá onde e como atuar. Já o projeto de lei 22 prevê a criação de fundações nas áreas de Cultura, Turismo, Desporto, Comunicação Social, Assistência Social e Ciência e Tecnologia. Isso significa que quase todo o funcionalismo pode ir pras fundações. A privatização é quase total. Além destas duas propostas polêmicas, também entrará para votação de amanhã o projeto de lei 801/2013, de autoria do Tribunal de Justiça, que institui o auxílio moradia para os magistrados.
Para a professora Marlei Fernandes de Carvalho, presidenta da APP-Sindicato, além do teor nefasto das propostas, a forma como elas estão sendo encaminhadas pelo governo do Estado – autor dos PLs 22 e 726/2013 – é desastrosa e absolutamente antidemocrática. “Repudiamos veementemente as duas propostas encaminhadas pelo governo Beto Richa. Primeiro no final do ano passado, agora, sem nenhum anúncio ou chamada dos servidores e da sociedade para discutir as mesmas. Não houve discussão. A população não está, em absoluto, ciente deste verdadeiro desmonte do Estado que vem sendo engendrado. Os projetos em questão transferem para instituições de caráter privado a gestão de importantes áreas do serviço que deveria ser pública, dificultando a transparência e criando custos maiores ainda para a gestão de serviços essenciais para a sociedade”, critica Marlei.
Mobilização – Os sindicatos que integram o FES, entre eles a APP, já estão convocados suas bases para lotar, mais uma vez, a Assembleia Legislativa nesta terça-feira (24). As entidades querem pressionar os deputados para que a votação dessas propostas seja suspensa. “A forma como o governo tenta aprovar estes projetos é desrespeitosa com a sociedade. São projetos que afetam diretamente a vida dos servidores e da comunidade usuária dos serviços públicos, porém suas representações não foram ouvidas. Por isto o FES pede aos parlamentares que não aprovem estas medidas antes que estes temas seja amplamente debatidos pela sociedade, pelos usuários do SUS e dos demais serviços e pelos trabalhadores”, ressalta a presidenta da APP.
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