O ato, além de resgatar a memória das vítimas, também reforçou a unidade sindical. Com a presença de diversas centrais, o simbolismo da união da classe trabalhadora também foi visível segundo o vice-presidente da CUT Paraná, Márcio Kieller, que também é membro da Comissão Estadual da Verdade Teresa Urban. Ele recordou que este processo está acontecendo em todo o Brasil e afirmou que o evento deu início a um calendário de “descomemoração” dos 50 anos do golpe. “Esse resgate, para nós, é fundamental. Os trabalhadores foram os mais atingidos. Muitos tiveram que abandonar seus empregos, seus lares, suas famílias. Os dirigentes sindicais sofreram muitas atrocidades, de ordem física, moral e psicológica”, afirmou.
Kieller também ressaltou que os depoimentos demostraram que o golpe civil militar, nestes 50 anos, representou a construção de um “entulho autoritário e antidemocrático”, que mesmo com o seu fim em 1988, não se desfez até os dias de hoje. ”Questões fundamentais como a desmilitarização da polícia, criação de instrumentos democráticos de participação e decisão ainda não foram totalmente instituídos no regime democrático brasileiro”, completou.
“Este é um período da história que é preciso recordar e reafirmar constantemente para que não se esqueça o que foi a ditadura militar no Brasil e quem, principalmente, sofreu com ela, que foram os trabalhadores e trabalhadoras. Essa memória precisa estar sempre viva e fresca para todas as pessoas para que nunca mais volte a acontecer”, afirmou a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz.
O Ato Unitário Sindical teve depoimentos do ex-dirigente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Cláudio Ribeiro, do jornalistas e ex-dirigente sindical Milton Ivan Heller e da vereadora e ex-deputada federal, a primeira mulher pelo Paraná no cargo, Dra. Clair. O vice-presidente da Comissão da Verdade da OAB Paraná, Daniel Godoy, abriu o evento, ressaltando a importância da reflexão sobre o tema. “Buscamos com este tipo de resgate histórico construir uma cultura e uma continuidade de luta de resistência para que isso não mais se repita”, enfatizou.
Também participaram do ato Neuralice Maina da Força Sindical, Juvenal Cim da CSB, Zenir Teixeira da CTB, Rodrigo Tomazini da CSP/Conlutas, Paulo Rossi da UGT e Adilson Carlos da Silva da NCST.
Fonte: CUT/PR