Sobre democracia, luta e a nossa caminhada
Milhares de pessoas foram às ruas defender a Educação, nesta terça-feira (29). Um número ainda maior aderiu a uma greve que foi deflagrada, no dia 23 de abril, após incontáveis tentativas de diálogo entre a entidade que representa os(as) trabalhadores(as) em Educação do Paraná e o governo do Estado. Foi um movimento imenso, que fez brotar sentimentos, expor conflitos, diferenças e concordâncias. Toda esta movimentação pode ser lida sob diversos pontos de vista. Para uns, o despertar para uma consciência de classe que existia apenas de forma latente. Para alguns, o retorno a permanente trincheira de luta. Para outros, um incômodo sem fim. E dentro deste espírito, a APP-Sindicato conduziu todo o processo com a postura esperada: de respeito democrático às opiniões, mas, acima de tudo, de respeito a verdade.
Ontem, dia 29, a maioria decidiu suspender a greve. Não decidiu terminá-la. Estamos em estado de greve. Estamos, também, em permanente monitoramento das ações do governo, em especial no que diz respeito ao cumprimento do que foi acordado na Mesa de Negociação. E esta decisão foi conjunta. Foi da maioria presente à Assembleia. E a direção da APP deve cumpri-la. Do mesmo modo cumpriria se a decisão, da maioria, fosse a outra proposta: a da continuação da greve por tempo indeterminado. É esta a obrigação da entidade. Cumprir o que a maioria da nossa categoria, democraticamente, determina.
A partir desta decisão, inúmeros pessoas têm se manifestado – em especial nas redes sociais – a respeito do resultado da Assembleia. A APP respeita o direito de qualquer expressão, contrário ou a favor da decisão. Contrário ou a favor do papel da entidade no processo, mesmo que, muitas vezes, as avaliações não façam justiça ao imenso trabalho feito pela entidade na defesa dos(as) trabalhadores(as) da Educação. Mas a direção da entidade não pode compactuar com inverdades, boatos infundados, ignorância e má-fé. Não houve fraude na votação da Assembleia, como algumas pessoas alegam publicamente (a despeito das suas motivações). No processo de votação, quem estava presente à Assembleia viu que TESTEMUNHAS das duas propostas acompanharam a votação. Tanto do palco, como do fundo do espaço da Expo Unimed Curitiba, local da atividade. Há registros fotográficos da assembleia. Há vídeos – inclusive da mídia comercial – da votação. Nenhum representante da proposta de continuação da greve contestou – ao menos na Assembleia – o modo como a votação foi conduzida ou seu o resultado.
Assim, são de extrema leviandade as afirmações de algumas pessoas que estavam na assembleia, e de outras que sequer estavam lá, de que a votação teria sido fraudada. A APP-Sindicato completou 67 anos de história neste mês de abril. Ao longo desta jornada, construímos a luta de forma ética, transparente e sempre comprometida tanto com a classe trabalhadora, como com a educação pública. Exigimos respeito à nossa história!
Direção Estadual da APP-Sindicato
