Hoje (14), pela manhã, trabalhadores(as) de todas as áreas de atuação que estão postas ao trabalho da Educação Especial (deficiência auditiva, visual, motor e intelectual, que atuam nas salas de recursos ou multimeios, intérpretes de libras e professores(as) de apoio), estiveram reunidos(as) para o Seminário de Educação Especial que segue até às 17h na sede estadual da APP-Sindicato.
Após os dias de greve e mobilização da categoria, a educação especial foi novamente pautada durante as negociações com o governo, que reconheceu o direito de isonomia dos(as) trabalhadores(as) que atuam na rede conveniada da educação especial e a reabriu o debate desta modalidade de ensino por parte da Seed.
A secretária Educacional da APP-Sindicato, professora Walkíria Olegário Mazeto explica qual o propósito deste Seminário: “Nós já tivemos vários momentos com a educação especial em que construímos uma pauta, que foi entregue ao governo e iniciamos um debate. Mas esse debate foi interrompido, então no processo da greve nós reconquistamos esse espaço, reabrimos o debate e agora fomos chamados para compor uma comissão junto com as Apaes, as federações e o governo para retomar a pauta. Desta forma, nós achamos por bem chamar um Seminário com os trabalhadores, para unificar a pauta, unificar essa linguagem e daqui tirar os representantes que vão compor junto com os representantes da APP essa comissão de negociação”.
Durante a manhã o debate do Seminário foi mais teórico e de concepção de educação especial, com dados e números que prova qual é a política que este governo adotou para o seguimento, voltado mais para o privado do que para o público. Na parte da tarde os participantes serão divididos por área de atuação. A proposta é revisar os documentos já existentes, principalmente o caderno da última Conferencia, acrescentando itens que faltam e elencando as prioridades para em seguida retirar as estratégias para o processo de negociação com o governo.
“Essa é uma pauta de muita dificuldade com esse governo, muita gente que está na base da educação especial, votou neste governo, na confiança de que o Flavio Arns resolveria a nossa pauta. Mas nós não tivemos avanços ao que diz respeito aos trabalhadores em educação especial. O estado tomou muitas ações, considerou as escolas especiais, principalmente as conveniadas, como escolas regulares na modalidade especial, destinou recursos, merenda, mas isso só favoreceu a estrutura e aos donos das escolas, os convênios, para os trabalhadores o governo não teve nenhum avanço. Por mais que nos tenhamos pautado, ele continua tratando diferente o trabalhador das nas conveniadas do que trabalha na regular. Não tem formação continuada especifica, não tem material para as escolas, enfim”, afirma a professora Walkíria.
A presidenta da APP-Sindicato, professora Marlei Fernandes de Carvalho, ressalta a importância do Seminário, “a educação especial sempre teve muita presença dentro da APP e na greve ressurgiu com uma pauta intensa e necessária, que nós acolhemos. Este Seminário é para rever toda a pauta, principalmente a hora-aula que é uma das demandas centrais, um dos pontos da nossa greve, a aplicabilidade total da hora-atividade, a situação dos convênios, os direitos dos trabalhadores e uma gestão democrática nestas escolas conveniadas, é um conjunto de tarefas e revisão da nossa conferencia de 2010. É um dia de muito debate e de reorganização da pauta deste seguimento dentro da nossa categoria”.
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