Nessa terça-feira (15), o Coletivo de Juventude da CUT São Paulo reuniu-se na capital paulista e discutiu ações estratégicas para os próximos dois meses. Dentre as deliberações, a bandeira do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político foi definida como eixo principal do Dia Internacional da Juventude de 2014, em 12 de agosto.
Os(as) jovens dirigentes de diferentes categorias promoverão atividades conjuntas com os movimentos sindical, social e estudantil em todo o estado paulista para debater com a população a necessidade de um plebiscito que pressione o Congresso a mudar as regras do jogo e tornar a política mais democrática e representativa dos brasileiros.
A proposta de mudança nas estruturas do modelo político não se refere a questões apenas eleitorais, afirmou o dirigente da Executiva da CUT Nacional, Júlio Turra, que colaborou com a formação. “Quando falamos de sistema político, estamos nos referindo aos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O tema é amplo e envolve até mesmo o fim do Senado, que se tornou apenas uma casa revisora das leis”.
A necessidade de uma reforma política é antiga e abrange as bandeiras por maior representação de trabalhadores, mulheres, negros e indígenas nas cadeiras do Congresso, participação efetiva do povo em conselhos e em outros espaços de poder e o financiamento público de campanha eleitoral. Segundo Turra, a reforma política já havia sido colocada como necessária nos cadernos do 11º Congresso Nacional da CUT, realizado em julho de 2012.
Dados do IBGE apontam que o número de jovens ultrapassa os 50 milhões. Considerando que a população de 16 a 35 anos representa 40% do eleitorado, esta compõe apenas 3% do Congresso Nacional.
A secretária de Imprensa da CUT São Paulo, Adriana Magalhães, ressaltou que os sindicatos são fundamentais para sensibilizar a classe trabalhadora sobre o plebiscito. “A meta dessa campanha é alcança 10 milhões de votos”, lembrou.
Militância nas bases – O Coletivo de Juventude da CUT/SP se comprometeu a fortalecer os comitês regionais do Plebiscito, a construir novos comitês e a debater o assunto com as categorias nos locais de trabalho. Até o momento, já foram implantados mais de 600 comitês em todos os estados brasileiros. Em São Paulo já estão formados mais de 100 comitês.
Os(as) jovens também vão organizar as urnas entre os dias 1º e 7 de setembro de 2014 em todo o país. A consulta popular fará uma única pergunta à população: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”.
Histórico – O plebiscito tem origem nos protestos de junho de 2013, que não puderam ser ignorados pela grande mídia. Os(as) jovens carregavam mensagens que apresentavam a descrença no modelo político e críticas com relação à aplicação do orçamento público, em parte explorado por grupos econômicos no Brasil.
Em resposta às manifestações, a presidenta Dilma Rousseff propôs a adoção de cinco pactos: saúde, transporte, educação, responsabilidade fiscal e reforma política – esta última foi jogada de lado pelos(as) parlamentares não alinhados com a presidenta e com a classe trabalhadora.
Os movimentos social e sindical passaram a se reunir em agosto de 2013 e construíram como plataforma unitária o Plebiscito Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, lançada em Brasília em novembro do ano passado.
Fonte: CUT