PNE, a mobilização continua

PNE, a mobilização continua


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Abordar a mobilização como premissa fundamental da classe trabalhadora para elaboração de documentos, no caso dos(das) trabalhadores(as) em educação, que visem à valorização docente como uma das dez diretrizes do Plano Nacional de Educação é desafiador.

No período de redemocratização, a Constituição Cidadã, como ficou conhecida, destaca a valorização dos profissionais do ensino, em seu artigo 206, garantidos nos Planos de Carreira para o magistério público, com piso salarial profissional.


Em 1996, com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394 que definiu a valorização do profissional de educação escolar em seu artigo 3 e proporcionou um novo impulso à legislação educacional.

Doze anos depois, o então Presidente Luiz Inácio, o Lula da Silva sancionou em 16 de julho de 2008 a Lei n° 11.738, que instituiu o piso salarial profissional nacional para os(as) profissionais do magistério público da educação básica. Não cumprida, integralmente, pela grande maioria dos(das) gestores(as) públicos municipais e estaduais, até então.

Por fim, temos um novo PNE. Sancionado, sem vetos, pela Presidenta Dilma Rusself no último dia 25, após três anos e meio de tramitação no Congresso Nacional. Há no documento algumas melhorias para os professores: incentivo à formação superior na área de atuação, equiparação do rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE e garantia de planos de carreira em todos os sistemas de ensino.

Contrários ao que diz a CF, muitos gestores(as) públicos destacam a falta de recursos para financiar a educação pública, principalmente no que se refere à valorização desses(dessas) profissionais. Mas hoje, esse quadro mudou. A destinação de 75% dos Royalties do Petróleo e 50% do Fundo Social do Pré Sal para a educação refletem a garantia do cumprimento das metas. Além disso, foi aprovada no documento a destinação de 10% do PIB para a educação. Por isso, o grande desafio agora é que estados e municípios elaborem seus respectivos planos de educação dentro de um ano e criem mecanismos para acompanhamento das metas, além de assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino.

Portanto, defender a valorização docente no PNE como um processo é acompanhar o cumprimento, por parte dos gestores públicos, de cada meta estabelecida nos sistemas de ensino. Além de assegurar aos referidos profissionais momentos de debate e uma mobilização social contínua.

Arantes Gomes do Nascimento, Professor, Dirigente Sindical e Membro da Academia Palmarense de Letras | CNTE

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