Funcionários(as) da Educação relembram histórias da luta

Funcionários(as) da Educação relembram histórias da luta


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Com o objetivo de comemorar o Dia do(a) Funcionário(a) da Educação (7 de agosto), o Coletivo Estadual de Funcionários e Funcionárias da Educação da APP esteve reunido durante o dia hoje (09) na sede estadual em Curitiba, para o Seminário que relembrou todo o histórico dos primeiros tempos da organização até os dias atuais, finalizando com os desafios do seguimento para os próximos anos.

A partir do depoimento emocionado dos(as) funcionários e funcionárias da educação, chamados(as) de “velha guarda” – que estiveram no início de todo o processo – e relataram as dificuldades de fazer a luta em meados da década de 80, pode-ser traçar um panorama de todas as conquistas e mudanças ocorridas desde então.

Em sua fala a funcionária da educação aposentada, do NS de Pato Branco, Cecília Ana Matei relembrou que em 1986, tinha 5 filhos pequenos e morava com a mãe, foi convidada para uma reunião em Curitiba, onde tudo começou. “A gente não sabia nada, passei por vários apuros, mas busquei me aperfeiçoar, fiz muitos cursos, encontros. Era tudo muito difícil naquela época, mas hoje olhando para o meu salário de aposentada, eu posso dizer que valeu a pena e que faria tudo de novo. Estou feliz, porque ajudei a conquistar, não foi o governo que deu, nós nos unimos e fomos à luta”.

Um fato que marcou muito a trajetória de luta dos(as) funcionários(as) da educação foi a unificação sindical entre professores(as) e funcionários(as) em 1997. Na época os(as) funcionários(as) eram representados(as) pelo Sinte/PR e passaram a ser representados juntamente com os(as) professores(as) pela APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná. O funcionário da educação do NS de Campo Mourão, Ironei de Oliveira fez um resgate histórico da unificação até os dias de hoje, “nós chegamos aqui e estamos na carreira que estamos, com os salários, os concursos públicos e profissionalização, graças a luta de todos estes anos, nós temos que continuar fortalecidos, reconhecendo nossa história e levando-a para a base”, termina.

O professor da rede pública do MT, docente aposentado da UFMT e consultor legislativo do Senado Federal, João Monlevade, sempre esteve na luta pelos direitos e reconhecimento dos(as) funcionários(as) da educação, foi inclusive o primeiro a escrever sobre este seguimento e durante o Seminário foi homenageado. Em sua fala de agradecimento motivou a todos e todas a continuar na luta. “A gente tem que ser aquilo que a gente é, a partir daí vamos voar. Mas se a gente não for aquilo que a gente é, nós estamos nos enganando. Nós precisamos ser profissionalizados, a terceirização é apagar a nossa realidade, é tirar a gente do que é, e fazer a gente ser terceiro, estranho, no meio dos nossos colegas”. Também foram homenageadas as funcionárias da educação Ironi, Cecília, Elza e Geni.

Por fim, o Secretário de Funcionários da APP, José Valdivino de Morais falou dos desafios e das próximas lutas que a categoria terá que enfrentar. “Temos duríssimos desafios, o maior deles que é uma luta nacional é a regulamentação do Piso Salarial Nacional, pelo artigo 206 para todos os profissionais, incluindo os funcionários. Também a lei que trata de diretrizes nacionais de carreira. A luta de avançar na profissionalização, superar as dificuldades que ainda temos em alguns lugares com o Profuncionário e avançar na formação em nível superior, criando o curso superior de Tecnologia em Processos Escolares e a luta pelos Concursos Públicos”.

Na avaliação do secretário o Seminário que terminou com um almoço de confraternização, foi muito bom e que momentos como esses precisam acontecer para que a luta continue. “Trazer a velha-guarda, que está na luta desde o começo para falar para o pessoal mais jovem, que está tocando a luta, é necessário para que eles perceberem como é que foi essa história de organização dos funcionários. Foi uma linda história de organização, de luta e conquista e deve ser usado pelas pessoas para iluminar o futuro, a nossa luta”. 

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