Em memória ao trágico momento que marcou a categoria no dia 30 de agosto de 1988, todos os anos educadores(as) da educação pública do Paraná, paralisam as aulas para realizarem o dia de Luto e Luta. Dia em que professores(as) e funcionários(as) de escola vão às ruas exigir mais valorização profissional e respeito aos direitos já garantidos.
Tradicionalmente concentram-se na Praça Santos Andrade e seguem em marcha até o Palácio Iguaçu, onde dirigentes, representantes da APP-Sindicato, participam de uma reunião de negociação com o governo, na qual são apresentadas todas as reivindicações da categoria, este ano serão 8 pontos centrais da pauta. Como o 30 de agosto será em um sábado o ato foi antecipado para hoje, 29 de agosto.
Pela manhã, não era 9h – horário marcado para início da concentração – muitos(as) educadores(as) já impunham suas bandeiras e faixas com as reivindicações vindas de várias regiões do estado, é o caso da professora da educação especial Jossilei Rissato do Núcleo Sindical de Assis Chateaubriand. “Estamos aqui para mostrar a sociedade que nós somos educadores e estamos na luta por melhorias, principalmente da educação especial que falta compromisso do governo de efetivar a nossa hora-aula e não precisamos de concurso público, isso é um descaso com o profissional”, explica.
O professor Aderizon Amorin de Cianorte conta que viajaram a noite inteira, mas mesmo assim estão animados para mais uma vez relembrar o 30 de agosto. “Faz 26 anos que nós estamos aqui lutando pelos nossos direitos do magistério. Hoje educadores em todo o estado do Paraná estão aderindo a esse momento, os professores não estão em aula hoje”.
Professores(as) que estiveram no dia em que foram reprimidos violentamente em 1988, fazem questão de participar todos os anos e dar o seu depoimento para que a luta continue e a história não se apague, como a professora Emiria Fagundes do Colégio Estadual para Surdos Alcindo Fanaya Junior. “Na realidade eu participei lá trás de todo esse movimento, sou professora daquela época. Esse dia é um dia importante e nós precisamos mostrar para os novos que é preciso continuar na luta. Ainda sofro com aquele dia, tenho marca dos estilhaços de bomba nas pernas. Hoje o que eu percebo que a violência é outra, pois quando nossos direitos não são respeitados isso também é violência”, conta. Assim, todos os anos, a luta por uma educação pública de qualidade se renova no dia 30 de agosto.