Planejada com apoio da CUT e da CNTE por 70 entidades dos movimentos sociais de todo o País, a campanha nacional quer ampliar a participação e representação popular. O Plebiscito Popular luta por uma Assembleia Constituinte que será exclusivamente eleita e terá poder soberano para mudar o Sistema Político Brasileiro. “Levando em consideração a voz contrária e a mídia tradicional que não deu espaço, como se esse debate não tivesse a mínima importância, mostramos que o Brasil está apto para ter uma constituinte nova”, avaliou o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. Para ele, conseguir quase 8 milhões de assinaturas, tendo como obstáculo a blindagem da mídia e um baixo orçamento, foi um resultado espetacular.
O sindicalista comparou a votação com o Plebiscito realizado na Escócia, sobre a separação do Reino Unido, onde 4 milhões de pessoas participaram, ou seja, a metade do Plebiscito Constituinte.
Mais de 40 mil urnas foram espalhadas por todo o território nacional, registrando 6.009.594 votos. Além disso, 1.744.872 pessoas participaram da votação pela plataforma virtual. A coordenadora da campanha Paola Estrada disse que o número de votos virtuais poderia ter sido ainda mais expressivo. Durante o período de votação, o site registrou mais de 5 milhões de acesso, entretanto sofreu ataques e tentativas de hackeamento, que atrapalharam a finalização de muitos votos.
Dificuldades em São Paulo – Apesar de ter sido o estado que mais recolheu assinaturas (2.617.703), São Paulo enfrentou alguns problemas. De acordo com o grupo, o governador tucano Geraldo Alckmin impediu que as urnas fossem colocadas nas escolas estaduais. “Faz parte do processo de enfrentamento contra o nosso plebiscito. Afinal de contas, ele [Alckmin] é defensor do financiamento empresarial de campanha, um dos pontos que queremos mudar com a reforma política”, explicou Freitas.
Para João Paulo Rodrigues, da direção nacional do Movimento Sem Terra (MST), mais do que uma consulta, o plebiscito é fruto de manifestação, de protesto e de luta. Para ele, o instrumento deu uma injeção de ânimo no grupo para realizar uma grande plenária com militantes e movimentos sociais em Brasília, no próximo mês.
Rodrigues diz que o ato será a oportunidade de fazer uma organização de campanha politico-pedagógica, debatendo com a sociedade a importância de se fazer a reforma política. “Essa reforma vai privilegiar os trabalhadores, os sem terra, as mulheres, os homossexuais. Enfim, todos aqueles que não se sentem representados na política”, completou.
Os votos contrários não chegaram a 200 mil. Brancos (0,20%) e nulos (0,17%) somados ficaram abaixo de 30 mil votos.
Fonte: CNTE