Comunidade escolar debate EJA em Audiência Pública

Comunidade escolar debate EJA em Audiência Pública


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O Plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado esteve lotado na manhã desta segunda-feira (03). Mais de 250 pessoas entre Educadores(as) da rede estadual e de algumas redes municipais de todo Paraná e também estudantes estiveram em Curitiba para o debate, organizado pelo mandato do deputado estadual Professor Lemos, em parceria com a direção estadual da APP-Sindicato e o Fórum Paranaense de EJA, sobre a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O cenário político que embasou as discussões foi o de enfrentamento às frequentes tentativas do governo estadual em dificultar a oferta da modalidade aos(às) jovens e adultos(as) que necessitam concluir seus estudos nas escolas e centros de ensino públicos. A presidência e a secretaria Educacional da APP compuseram a mesa principal de debates, junto com o deputado estadual Professor Lemos e a professora da UFPR Maria Aparecida Zanetti, representante do Fórum Permanente da EJA.

Representantes dos 29 núcleos sindicais também trouxeram ao debate as angústias e aflições da modalidade nos últimos 11 meses – desde que publicada, em dezembro do ano passado, a instrução normativa 008/2013 e, na sequência, a 002/2014. Ambas impuseram limitações e mudanças à EJA.

 “Vivemos em um momento em que há uma enorme dificuldade para que o aluno se matricule e permaneça na escola pública”, comenta o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão, ao evidenciar uma oferta insuficiente de turmas e vagas, assim como uma condução difusa e excludente da política para esta modalidade que, segundo ele, não contemplam as especificidades e necessidades da população adulta do Estado.

A professora universitária e pesquisadora sobre o tema, Cida Zanetti, relembra que o direito ao aprendizado é de todo e qualquer cidadão e cidadã, independente da faixa etária. “Precisamos lutar para acolher o jovem e o adulto trabalhador. Não reconhecer a diversidade desta grande parcela da população é negar um direito básico garantido pela Constituição”, enfatiza.

A APP é veemente e reforça a necessidade urgente da reabertura do diálogo sobre uma EJA que contemple essas especificidades. A audiência pública é uma forma de reunir as propostas da comunidade escolar para encaminhá-las ao poder público. Governador, deputados(as) estaduais e entidades, representantes do Ministério Público, da Secretaria Estadual de Educação receberão as resoluções encaminhadas na manhã desta segunda-feira( 03) pelos(as) presentes no debate.

Entre as falas da manhã, a do educando Maikon Rodrigo da Silva Loredo, de 18 anos, deu o tom da necessidade premente de um olhar mais humanizado para a EJA. “Eu estudo na sala especial da Educação de Jovens e Adultos. Não sou deficiente, só tenho dificuldades em aprender. Quero continuar estudando porque sou capaz e quero fazer uma faculdade para ser professor. Ser professor de Educação Física é o meu sonho”, afirmou em sua fala na tribuna.

Encaminhamentos – Ao final das discussões, o grupo chegou na formulação das seguintes propostas: realização de Coletivo Regionais dos Trabalhadores e Trabalhadoras; pesquisa sobre perfil dos estudantes para subsidiarem futuros debates; organização de plenárias regionais do Fórum para a defesa da EJA; atenção para a publicação de uma nova resolução e,  assim que houver, a APP organizará o chamamento para o debate ou, em caso de publicação sem o diálogo com a categoria, realização do enfrentamento; abertura do debate coletivo.

Leia também: APP promove jornada de debates sobre a EJA

No Paraná, são 8 milhões de cidadãos e cidadãs com mais de 15 anos. Desses, 3,5 milhões não possuem escolarização ou Ensino Fundamental.

1,5 milhões de jovens e adultos paranaenses não possuem Ensino Médio completo. O que representa mais de 60% da população jovem e adulta fora das salas de aula.

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