Na manhã do dia 01 de dezembro, entidades que compõe do Fórum Paranaense de Educação de Jovens e Adultos, entre elas a APP-Sindicato, estiveram reunidas no prédio histórico da UFPR em Curitiba, para a última reunião do ano. Na pauta estava uma breve análise e o posicionamento do Fórum sobre a situação da EJA no Paraná, relato dos debates e deliberações da Conae, Encontro Regional Sul de EJA (março/2015) e Seminário Nacional de Formação (2015).
No primeiro momento da reunião a secretária educacional da APP-Sindicato, professora Walkíria Olegário Mazeto fez uma retrospectiva da luta do Fórum, ressaltando os ataques do governo na tentativa de realizar um desmonte da EJA no Estado:
“Se a gente for lembrar, vem acontecendo alterações na forma de ofertar a EJA, já desde o princípio do mandato. Nós tínhamos a organização individual e coletiva, ela passa a ter uma limitação de porcentual e isso vai reduzindo de ano a ano, principalmente da organização individual, porque o objetivo é literalmente terminar com o atendimento individual. Depois foram as APEDs (oferta descentralizada) que sofreram redução drástica na oferta e uma proibição absurda de que QPM pudesse assumir aulas nesta opção. Outra ação foi a publicação da instrução 08/2013, seguida da 02/2014 sem nenhum debate com os envolvidos e todos os outros problemas que temos enfrentado nos últimos dias, como o não chamamento público e o fechamento de turmas e de Ceebjas”.
Após a análise da professora Walkíria, os representantes das várias regiões do estado, trouxeram um pouco da realidade da EJA em suas escolas. O que se constata são informações desencontradas conflitantes do Deja/Seed, NREs que tem se utilizado de contatos telefônicos, atuando fora da oficialidade por todo Estado. Escolas e turmas estão sendo ameaçadas de fechamento com a desculpa de contenção de despesas, quando na verdade educação além de ser um direito, é um investimento, não é um gasto.
Fica claro que a Seed tem adotado uma linha de que o problema está nos(as) trabalhadores(as), no modo de gestão e de ensino das escolas. Em Londrina a chamada pública foi organizada em parceria com estudantes de pedagogia da UEL, segundo o professor de história do Ceebja Herbert de Souza Ivonir Rodrigues Ayres, eles foram nos bairros divulgar as matrículas e o resultado foi muito positivo. “Quando se vai para as ruas se vê de verdade o quanto há necessidade da EJA. As pessoas querem voltar a estudar. Por isso precisamos falar com os alunos, chamá-los para ajudar, porque eles são a força. Se eles vierem para a rua a gente consegue, mostrar a importância deste modelo de educação”.
Diante dos vários problemas apontados o Fórum tirou os seguintes encaminhamentos: produção de um documento em que expresse a importância da valorização da EJA, exigindo do governo um debate coletivo e com orientações às realidades que ainda resistem de alguma forma a este desmonte; realizar parcerias com o Ministério Público; articular a manutenção da matrícula (na proposta curricular é prevista a matrícula a qualquer momento do ano); e utilizar espaços da escola e da comunidade (rádios comunitárias, avisos paroquiais, reuniões de associação de moradores, etc.) para realizar o chamamento público que é previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e portanto é obrigação da gestão pública em todas as duas instâncias.
História – o Fórum da EJA tem a função de orientar as organizações que ofertam a EJA para criar uma estratégia de ação. No Paraná o Fórum vem se reunindo desde 2002 e é composto por várias organizações, inclusive o Sistema S e o governo do Estado. O Fórum tem uma secretaria executiva que organiza agendas, os debates, os encaminhamentos. Além da organização estadual, há as instancias de organização nacional e regionais, em que acontecem os Encontros Nacionais da EJA e os Encontros Regionais, o Paraná participa do Regional Sul.
:: Confira aqui o documento resultante da reunião
:: Saiba mais no site: www.forumeja.org.br