17/10/2008 – Quase metade dos professores, seja de escola pública, seja da particular, acredita que educação piorou nos últimos anos. Apesar do cenário negativo, mais de 60% acreditam que essa situação vai melhorar.
Este é um dos resultados da pesquisa A Qualidade da Educação sob o Olhar do Professor, da Fundação SM e a Organização dos Estados Ibero-Americanos. Mais de 8 mil professores em 19 estados participaram do estudo que investigou a opinião dos docentes sobre vários aspectos do processo educacional.
‘A gente não consegue entender nenhum processo de desenvolvimento da educação sem envolver o professor nessa reflexão, porque ele é o agente transformador. Existe uma percepção do professor de não se sentir ouvido ou envolvido nesse processo’, diz Igor Mauro, diretor geral do Grupo SM.
Segundo a pesquisa, quanto maior é o tempo de carreira desse professor, maior é o seu pessimismo. Entre os que têm de 21 a 30 anos de carreira, 52,4% acreditam que a qualidade da educação está pior. Entre os que tem mais de 30 anos de carreira, esse percentual sobe para 65,6%.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, os professores mais antigos perdem a esperança porque não enxergam solução para problemas que já existem há muito tempo e nunca são resolvidos.
‘Mas nós [CNTE] acreditamos que a escola pública pode melhorar e muito. Ela tem material humano pra isso, pessoas com vontade. Ela só não está numa situação pior porque se sustenta na determinação dessas pessoas que estão lá dentro e enfrentam todos as dificuldades, se esforçam para ensinar’.
Por outro lado, são os professores recém-chegados às escolas os que mais acreditam em um futuro melhor para a educação no Brasil: 65,6% entre os que possuem até três anos de experiência. ‘É um bom sinal de que temos novas pessoas com disposição para lutar’, avalia Leão.
A professora Fernanda Rocha Gay, 29 anos, é um exemplo dessa disposição. Formada há três anos, assumiu recentemente a coordenação da Escola Classe 415 Norte, em Brasília. Para ela, os professores com menos tempo de carreira acreditam mais na mudança porque não estão ‘submersos nas frustrações’.
Fonte: Agência Brasil – Clipping CNTE
Mesmo com piora, professores acreditam que educação vai melhorar
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