09/01/2009 – Crianças vestindo camisetas brancas pintadas com corações e a inscrição “Gaza” , em vermelho, caminharam à frente da passeata contra os ataques de Israel à Palestina. Uma delas carregava nos braços uma boneca, símbolo da infância perdida em meio à guerra que entrou no 14º dias nesta sexta-feira (09/01).
Um grupo de religiosos palestinos trajando turbantes e túnicas negras caminhou de mãos dadas durante todo percurso. Mulheres usando roupas típicas árabes e o tradicional lenço que cobre os cabelos soltaram a voz: “Israel é assassino do Povo Palestino! Pela vida, pela paz, genocídio nunca mais!”.
Gritos que soaram pelo calçadão da Rua XV de Novembro na tentativa de despertar toda sociedade. O comerciante Sharif Majid está no Brasil há 40 anos. Nasceu na Palestina e aos 20 anos fugiu do país por causa da guerra. Veio em busca de paz. Em Curitiba casou-se com uma descendente de alemães e italianos, prova de que o amor pode vencer qualquer preconceito. Emocionado, ele participou da caminhada junto com a filha, Nadia Aguiar. “Nós não concordamos com nenhum tipo de guerra”, diz ela.
E revela: “Meu pai chora toda vez que ouve o noticiário. Ele é o filho mais novo de 11 irmãos. Foi o único que conseguiu fugir para o Brasil e fica preocupado com o destino da família que está lá”. Nadia e o pai são exemplos de pessoas comuns, civis, indignados com as mais de 700 mortes provocadas desde o início do conflito.
Entre as vítimas, estão muitas crianças. Fotos divulgadas por agências internacionais, estampadas nos cartazes carregados pelos manifestantes, mostraram a falta de respeito com os direitos humanos do Povo Palestino. Mutilação, dor e intolerância fazem parte da rotina dos agressores. Representantes do Partido Nacional Sírio levaram bandeiras e pediram a união dos cinco países: Síria, Líbano, Jordânia e Palestina.
APP defende o Direito à Vida
Uma comissão da APP-Sindicato participou da passeata e se solidarizou ao combate contra a violência praticada por Israel. A presidente Marlei Fernandes de Carvalho declarou que “A sociedade mundial não pode aceitar esse genocídio. É incompreensível que se permita o extermínio de 1 milhão e meio de pessoas que vivem em uma área de 360 mil m². As forças políticas têm que colocar um fim nesta guerra. E nós, educadores, temos um papel muito importante na conscientização da sociedade brasileira sobre esse genocídio”.
O deputado estadual e secretário de finanças da APP-Sindicado, José Rodrigues Lemos, também participou do ato. Segundo ele, o Povo Palestino tem direito a vida. “Estamos reunidos nesta passeata, com várias entidades sindicais e representantes dos movimentos sociais, em defesa da vida. O Povo Palestino tem direito de viver em paz. Que cesse imediatamente esse massacre, é o que todos nós queremos”. Lemos lembrou ainda que a vida tem que estar em primeiro lugar.
De acordo com a polícia militar, mais de 1000 pessoas participaram da manifestação pacífica que terminou na Boca Maldita, no centro de Curitiba.
Passeata contra a violência em Gaza mobiliza dirigentes da APP

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