APP reinicia III Etapa do Curso de Formação APP/CNTE/UFPR, que termina e

APP reinicia III Etapa do Curso de Formação APP/CNTE/UFPR, que termina e


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27/04/2009 – Começou na última sexta-feira e se estendeu até domingo (26) a III Etapa do Programa de Formação realizado pela APP que conta com o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Neste final de semana os presentes assistiram às palestras “História da Filosofia Ocidental e Filosofia Marxista” e Introdução ao Pensamento Marxista, ministradas, respectivamente, pelos professores Geraldo Balduino Horn, do núcleo de Estudos de Filosofia da Universidade Federal do Paraná (NESEF/UFPR) e Dra. Maria Dativa de Salles Gonçalves. No último dia, os presentes reuniram em grupos e trabalharam temas do Caderno da Etapa I de Formação Político-Sindical, que incluíram textos de vários autores como Platão, Thomas Morus e Hegel.

A política de formação sindical da APP parte de um projeto com a dimensão de que é preciso elevar a capacidade de compreensão e intervenção política do movimento sindical brasileiro e, em especial, no movimento dos/as trabalhadores/as em educação. A formação política de caráter classista e emancipador, além de ação permanente do sindicato, é uma tarefa fundamental a ser desenvolvida pela entidade.

Para tanto, na última sexta-feira, a secretária de Formação Sindical, Madalena Ames, resgatou o histórico deste programa que acontece há dois anos. Madalena mostrou os avanços, as dificuldades e abrangência dos cursos que, este ano, serão destinados também a sindicatos parceiros. “A idéia é que mais sindicatos participem da formação. Estamos na etapa final, mas sempre abertos a realizar as transformações que desejamos para a sociedade e, neste caso, os cursos de formação estendidos sindicatos permitem que elas sejam possíveis”, declarou.

Os temas já trabalhados envolvem introdução à sociologia, teoria política, economia política, movimentos social e sindical, teoria da comunicação, análise de conjuntura, formação do estado brasileiro, entre outros. Segundo a secretária, oitenta cursistas participam da etapa estadual e, posteriormente, fazem o repasse e a sistematização dos conteúdos trabalhados às educadoras/es participantes das etapas realizadas em todos os núcleos sindicais.
O resultado deste trabalho contabiliza a formação de aproximadamente 3.800 educadores. “Além deste curso, que visa consolidar a política de formação de lideranças, ofertamos, também a formação em OLT – Organização por Local de Trabalho – para representantes de escolas, o que nos garante uma maior aproximação com a base e, com o apoio da UFPR e Universidade Estadual de Maringá (UEM), a formação em Gênero”, finalizou.
Ao final do evento os presentes reuniram em grupos, trabalharam temas do Caderno da Etapa I de Formação Político-Sindical, que incluem textos como As lições da alegoria da caverna (Platão); Utopia e projetos (Thomas Morus); O desejo do Desejo (Hegel), dentre outros, e fizeram a Socialização do trabalho realizado.
Marx e Gramsci -. No último sábado, a professora Maria Dativa por meio da palestra “Introdução ao Pensamento Marxista” expôs, em linhas gerais, o pensamento de Karl Marx, que segundo ela, possibilita a transformação da sociedade. “A questão marxista serve para conhecer e analisar concretamente a realidade; para que tenhamos um maior compromisso com a transformação dessa realidade, para partirmos à ação prática, portanto”, destacou.
Outro teórico abordado pela professora foi Antonio Gramsci. Ela recorreu ao autor para lembrar ao cursistas que a luta sindical necessita estar associada à luta dos demais trabalhadores. “Segundo Gramsci, o homem não pode perder de vista a articulação com as lutas mais amplas sob pena de reduzir a dimensão individualista corporativista”. Para ela, a dimensão da articulação com a luta maior da transformação da sociedade passa por essa união. “Podemos fazer isso e, ao mesmo tempo, ter o entendimento que as conquistas devem refletir-se no que é especifico dos educadores, que é a luta pela qualidade da escola publica”, concluiu.
No final da palestra houve leitura dirigida do texto “Pelo necessário (e Demorado) Retorno ao Marxismo”, de Atílio Boron. A partir deste propôs aos presentes reflexões sobre as premissas do método dialético, as falácias do economiscismo e as contribuições centrais do marxismo ao estudo da sociedade.
Pensamento Filosófico – A História da Filosofia Ocidental foi a palestra dada pelo professor Geraldo Balduino Horn na sexta-feira. O professor fez um percurso indicando uma perspectiva do materialismo histórico dialético como uma forma de interpretar a direção da transformação da sociedade. ‘Hoje podemos pensar numa filosofia que, de alguma forma, dê conta dessa articulação que vem a partir de Marx. Marx colocava que os filósofos precisam interpretar o mundo para transformá-lo. Adorno, mais contemporaneamente, vai dizer que isso verdade, mas o fato é que os homens não transformaram o mundo ainda, cabe ainda interpretá-lo”, refletiu.
Para ele, a condição primeira do professor é pensar aquilo que é a sua luta. “O exercício do pensar sistemático é o ponto de encontro da especificidade e do sentido da filosofia. Não há um pensar sobre a perspectiva filosófica desvinculado do movimento real, ou seja, de alguma forma o problema não é um problema abstrato é um problema concreto. Em sendo concreto ele exige o pensar, exige o dizer e exige o agir”, declarou.
Multiplicadores – a professora Dra.Thais Moura Tavares, coordenadora do projeto, destacou a importância de subsídios necessários para a formação da base em nos núcleos sindicais regionais, pois o curso tem a característica de preparar pessoas com influência no movimento sindical e nas escolas. “Estamos formando quadros importantes, ou seja, pessoas que atuarão num projeto democrático de educação; que estarão melhor preparadas para entender a realidade. Há muita gente nova participando e isso é muito importante, pois o sindicato não pode ser de meia dúzia”.
Para ela, a renovação dos educadores é uma forma de espalhar uma perspectiva mais avançada de educação e transformação social. É o grande objetivo do curso, ou seja, preparar as pessoas para atuarem melhor como educadores dentro de num projeto que tem um sentido revolucionário de buscar uma sociedade igualitária e justa. “A metodologia permite essa atuação a partir da multiplicação, quando os multiplicadores também aperfeiçoam a sua formação no momento em que vão transmitir e socializar aquilo que aprenderam’, destacou.

O programa – A APP lançou o programa de formação em 2007 com o objetivo de formar novas lideranças. Os cursos, apostilados e certificados pela UFPR, têm 180 horas e são composto por encontros presenciais de 20 horas e atividades não-presenciais também de 20 horas.

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