8 de março: mobilização leva pauta das mulheres para as ruas

8 de março: mobilização leva pauta das mulheres para as ruas


Como o aumento abusivo da tarifa de energia piora a vida de uma mulher? E o que isto tem a ver, por exemplo, com as trabalhadoras e, no nosso caso, com as educadoras? Esta e outras perguntas foram feitas e respondidas durante esta terça-feira (8), em uma mobilização que reuniu centenas de mulheres, em Curitiba, para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Organizada por várias entidades feministas, a atividade mais uma vez contou com o apoio da APP-Sindicato. Pela manhã, houve uma aula pública, em frente a sede da Copel, cujo tema foi o novo modelo de matriz energética. No período da tarde, em uma caminhada partindo da Copel em direção à Boca Maldita, Centro de Curitiba, foi acompanhada por olhares curiosos de quem estava na rua.

As mulheres e homens que participavam da marcha, panfletaram, gritaram palavras de ordem e mostraram que ainda há muito a ser feito para avançar no que diz respeito aos direitos da população feminina. “E a APP-Sindicato, e a nossa categoria, sempre está presente nestes e outros atos que manifestam, publicamente, a luta das mulheres trabalhadoras, do campo e das cidades, pela igualdade de direitos, pelo fim da violência, pela melhoria na condição de vida”, explicou a secretária de Gênero, Relações étnico-raciais e Direitos LGBT. Elizamara lembrou que as mulheres são, atualmente, 55% da população do país. Que trabalham cerca de 30% mais que os homens e, no entanto, recebem salários cerca de 30% menores em funções iguais.

“Além disso, a maioria das mulheres tem dupla ou tripla jornada. E quando há aumento da tarifa de energia, a vida dessas mulheres é afetada porque nossa sociedade ainda cobra da mulher a realização das tarefas domésticas. Quando a energia fica mais cara, a primeira medida é diminuir o uso dos eletrodomésticos que consomem muita energia como, por exemplo, a máquina de lavar roupas. Aí, a roupa tem que ser lavada a mão. E quem acaba fazendo isso é a mulher, que já trabalha fora, que cuida do filhos e tem muitas outras responsabilidades”, afirmou.

Outro tema lembrado na manifestação foi o da previdência. A secretária de Formação da APP, e secretária de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT, professora Janeslei Aparecida Albuquerque, enfatizou que o movimento feminista e os movimentos sociais são contrários a proposta de reforma previdenciária que tramita no Congresso Nacional. “É uma proposta que vai retirar da mulher o direito de se aposentar mais cedo que o homem, sem levar em conta a dupla jornada mulheres”. Segundo Janeslei, as conquistas obtidas nos últimos anos estão em risco e o atual momento histórico exige união da classe trabalhadora. “A democracia está em jogo no país, e precisamos de unidade e de luta para enfrentarmos o golpe que está sendo montado”, avisou.

Para a dirigente do Marcha Mundial de Mulheres, a professora Ana Lúcia Lima, os atos públicos promovidos todos os anos têm dado frutos. “Participo de atos desde 2005. De lá para cá, nossas mobilizações têm sido cada vez maiores. Temos conseguido chamar a atenção da sociedade e, mais importante, das próprias mulheres, para questões que são vitais no nosso cotidiano, como a não tolerância à violência de gênero e a consolidação da igualdade no mundo do trabalho. Ficamos felizes de ver que cresce, a cada ano, o número de pessoas que participam destas mobilizações”, comemorou.

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