Neste sábado (09), acontece a 4ª Festa da Reforma Agrária, evento tradicional da comunidade agroecológica. O dia de comemorações, organizado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), com parceria da Associação Filhos da Terra e da Associação de Cultura Popular da Ilha, se inicia às 6h, na comunidade do MST Lutzenberger, em Antonina. A primeira atividade é a Procissão da Bandeira do Divino e, a partir das 9h, se inicia a Feira Agroecológica.
A festa é um símbolo do compromisso da comunidade com práticas sustentáveis e a preservação ambiental. Por isso, toda a programação é pensada para cumprir esse objetivo, como o almoço, com alimentos plantados pela própria comunidade, visita às agroflorestas da comunidade, trilha do mirante, banho no rio Pequeno, que margeia o assentamento, entre outras atividades.
O almoço e o jantar serão gratuitos. Ao público que desejar contribuir, o evento contará com uma caixinha de colaboração. Além disso, estarão à venda produtos in natura, processados e artesanatos.
A primeira atração começa às 15h, com a Roda das Manas, formada por mulheres e pessoas não binárias do litoral do estado, que traz e desenvolve toda a potência das mulheres na música.
Em seguida, às 18h, acontecerá a peça “Brincadeira ou Injeção”, criada e apresentada por Rogério Soares, da Cia. Povaréu de Teatro. O teatro será no formato de contação de história, com bonecos de manipulação direta, músicas e interações com o público. A peça fala de amizade, mau-humor e brincadeiras de criança.
Às 19h, a comunidade se reúne para a janta e, em seguida, às 20h, o grupo Mandicuera assume o baile, promovendo o ritmo do fandango caiçara. Conhecido no estado pelos bailes de fandango e pela valorização, preservação e desenvolvimento das manifestações culturais dos povos do litoral paranaense, o grupo faz parte da Associação de Cultura Popular da Ilha de Valadares, que é uma das realizadoras da festa.
Comunidade premiada pela recuperação da Mata Atlântica
O acampamento, habitado por 20 famílias, era um território devastado pela pecuária extensiva de búfalo e por crimes ambientais, como o desvio do Rio Pequeno, que atravessa a área. Depois da ocupação, em 2004, as famílias fizeram um grande trabalho de recuperação ambiental e produção agroecológica.
Desde então, foi necessário realizar um trabalho para reverter a degradação ambiental que o terreno sofreu. Após todo esse processo de resgate da mata ciliar, o Rio Pequeno voltou ao seu curso normal. Por conta deste trabalho, em 2017 a comunidade recebeu o prêmio Juliana Santilli de Agrobiodiversidade.