30 de Agosto: educadores(as) unidos(as) contra violências

30 de Agosto: educadores(as) unidos(as) contra violências


Foto: Alexandro Kurovski

Nesta quarta-feira (30), mais de cinco mil educadores(as) públicos(as) se reuniram em Curitiba, para o ato da APP-Sindicato. A educação recorda os reflexos dos terríveis ataques sofridos e marcados pelas violências físicas e emocionais nas paralisações do “’30 de Agosto de 1988”, governo Álvaro Dias (Podemos),  e “Massacre de 29 de Abril de 2015”, governo Beto Richa (PSDB).

O momento reconhecido pelo Sindicato como “Dia de Luto e de Luta” da educação contou com a adesão de 70% das escolas que acreditam na causa e na reivindicação de direitos para a classe trabalhadora. São 29 anos marcados pela  justa recordação perante todos(as) que acreditam que a educação tem que ser respeitada e levada a sério por quem está no cargo de governador do Estado.

É possível afirmar que todo o dia na educação do Paraná é o 30 de Agosto de 88? Ao ser questionado, o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão, enfatiza que sim, assim como o 29 de Abril de 2015, por serem datas de violência extremada e com repercussão. “A violência no cotidiano escolar é cruel, porém, menos visível para a sociedade. Ela adoece massivamente a nossa categoria e penaliza a aprendizagem dos estudantes a partir das péssimas condições de trabalho instaladas aos professores e funcionários. A sobrecarga precariza a saúde dos trabalhadores de escola. A violência é permanente, ainda mais num período de medidas de retirada de direitos”.

O secretário de Assuntos Jurídicos da APP-Sindicato, professor Mario Sergio Ferreira de Souza, testemunha do ocorrido no dia fatídico da violência do governador Álvaro Dias, e que se repetiu em 29 de Abril de 2015. “Importante é revigorar e dizer não à violência. Temos também a violência dentro das escolas. Os trabalhadores de escola têm que recuperar a sua dignidade, mostrar que estão vivos e na luta”, reforça.

A pauta da educação seria debatida hoje, em reunião da direção da APP com os(as) representantes do governo Valdir Rossoni, Fernando Guinhoni e Ana Seres Comin, na Casa Civil. Confira alguns temas: revogação da Resolução 113/357 (Resolução da Maldade) e imediata redistribuição de aulas; retirada das faltas ilegais das mobilizações; cumprimento da Lei do Piso Nacional; recomposição salarial da data-base; garantia e ampliação das vagas para licenças; abertura de turma para o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE); contratos PSS; concursos públicos; promoções e progressões de aposentados(as); hora-atividade; contra a militarização e terceirização escolar.

“Seria importante a participação do governador para que ele pudesse responder e explicar aos pais, mães, responsáveis e estudantes sobre as péssimas condições de trabalho que têm produzido na rede estadual de educação, que é central do povo paranaense”, enfatiza o professor Hermes.

São 29 anos do registro histórico passado entre gerações. Educadores(as) se pronunciam e desabafam:

Rosemary Pinheiro Lima – “Estou há mais de 30 anos na educação como professora de Língua Portuguesa. O 30 de Agosto é um marco e sempre representou a nossa resistência , lembrança e história de luta. Vai dizer muito com os 70 anos de comemoração do Sindicato, pois, as  nossas conquistas sempre  foram com muita luta. É um dia triste de relembrar e, ao mesmo tempo, também lembra da nossa resistência e que nos levou a conquistar direitos. Vivemos em uma conjuntura difícil, mas, apesar de ameaças, perseguições e punições, não podemos baixar a cabeça como querem. Vamos para as ruas e usar todos os espaços possíveis para fazer a denúncia e a defesa da escola pública”.
Joana da Conceição Lima – “Tenho 86 anos de idade. Participei da famosa Greve Tartaruga e do 30 de Agosto do Álvaro Dias. Era jovem, fui da frente e até hoje batalhamos. Sempre fui participativa e não podemos perder o que conquistamos com muito sacrifício. Querem tirar tudo por qual motivo?”.

 

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