30 de agosto: ato massivo em Curitiba marca o dia de luto e luta da educação

30 de agosto: ato massivo em Curitiba marca o dia de luto e luta da educação

Foi a terceira grande mobilização de rua da categoria em 2022, precedida pelos atos de 21 de junho e 29 de abril

Sem medo da chuva, do frio e da punição do governo Ratinho, cerca de 5 mil educadores(as), estudantes e servidores(as) tomaram as ruas de Curitiba neste 30 de agosto para marcar o dia histórico de luto e luta da educação do Paraná. 

Foi o terceiro ato massivo de rua da categoria em 2022, precedido pelas mobilizações de 21 de junho e 29 de abril, demonstrando a disposição para a luta por direitos e em defesa da escola pública. No interior, atos regionais e grande adesão de grevistas também marcaram a data.

O 30 de agosto lembra os 34 anos do episódio de extrema violência protagonizado pelo governo Álvaro Dias contra professores e professoras em 1988, que ficou conhecido como o massacre do Centro Cívico. 

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“Todos os anos nós marcamos este dia para que a violência nunca mais se repita. Nós jamais esqueceremos e não deixaremos que outros(as) governantes esqueçam. Honrar a nossa história é, também, lutar por dias melhores”, explica Walkiria Mazeto, presidenta da APP-Sindicato.

À memória, marcada anualmente por greves da categoria, somam-se as pautas do presente, como o pagamento da Data-Base; dívida equivalente a quase 40% de recomposição salarial devido às perdas inflacionárias. 

A paralisação estadual também ergue as bandeiras do fim do confisco previdenciário dos(as) aposentados(as), a implementação das promoções e progressões, a realização de concursos públicos e a revogação da falta do 21 de junho, entre outras.

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Reunião fria

Mas o mau tempo de Curitiba se estendeu ao interior do Palácio Iguaçu. Dirigentes da APP-Sindicato e deputados(as) da base e oposição foram recebidos com frieza pelo diretor-geral da Casa Civil, Luciano Borges. 

Além de responder com negativas às pautas da Data-Base e do desconto dos(as) aposentados(as), o diretor-geral desconhecia tratativas com interlocutores(as) do governo no tema das progressões e promoções.


Na segunda (29), o Estado publicou despacho autorizando a implantação dos avanços, congelados desde 2020. Mas, de acordo com Luciano, o pagamento será relativo somente ao período completado em 2022, mantendo o congelamento vigente em 2021 e sem a implantação retroativa do período.

Desde o término da reunião, o Sindicato cobrou diversos interlocutores(as) a respeito do tema, e não mede esforços para assegurar que o direito à promoção e progressão seja cumprido em sua integralidade. Qualquer novidade será imediatamente comunicada à categoria. 

Outras pautas colocadas à mesa foram o direito à reposição do dia 21 de junho, bem como do 30 de agosto, e a garantia, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, dos recursos para a Data-Base do próximo ano. De acordo com a Casa-Civil, ambos os temas serão levados ao governo para avaliação.



Na reunião, a APP destacou mais uma vez incongruência da Secretaria da Fazenda ao projetar o orçamento para 2022, que prevê uma perda de receitas de R$ 12 bilhões sem qualquer justificativa. O terrorismo fiscal acaba por reduzir a previsão de investimentos e deixa de fora direitos da categoria.



“Nós temos compromisso com a educação e merecemos um tratamento mais digno deste governo. Ninguém diz para o estudante que não vai dar aulas porque está com o salário e a carreira congelados. O que pedimos é o mínimo: que o governo respeite nossos direitos como nós respeitamos nosso trabalho. E se este governo não respeitar, que seja outro”, avaliou Walkiria Mazeto ao término do ato.

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