29 de Janeiro: Dia da Visibilidade Trans

29 de Janeiro: Dia da Visibilidade Trans

Uma data desconhecida da maioria da população, mas que merece destaque pela importância do debate

Foto: APP-Sindicato

Identidade, um dos direitos humanos de todos(as). Hoje, dia 29 de janeiro, é a data oficial da visibilidade trans. O tema é indispensável, porém, ainda pouco debatido e muitas vezes ignorado pela sociedade, principalmente, no que diz respeito à violência e ao preconceito. A luta é diária e não é atual.

A data surgiu no dia 29 de janeiro de 2014, quando 27 travestis, mulheres transexuais e homens trans, participaram, no Congresso Nacional em Brasília do lançamento da Campanha “Travesti e Respeito”, do Departamento de DST, AIDS e Hepatites do Ministério da Saúde. Algo inédito com o objetivo de conscientização e promoção do respeito e da cidadania. De lá para cá, a data é lembrada pela conquista. Somos todos(as) iguais com as nossas particularidades. Ninguém é cópia de ninguém, seja fisicamente ou de personalidade.

Travestis, mulheres transexuais e homens trans são parte fundamental da história pelos direitos da população LGBT no Brasil e no mundo. A incansável luta dessa população em busca do respeito à sua identidade de gênero, em uma sociedade culturalmente hetero/cisnormativa, mostra-nos o quanto precisamos aprender e respeitar a pluralidade existente no país. Damos destaque para o último período no Brasil de avanços para a população trans, como a garantia ao uso do nome social nos serviços públicos e de tratamento para readequação de sexo, além do crescente debate em torno da temática – que busca tirar da invisibilidade uma parcela grande da população brasileira – e que sofre diariamente a violência de uma sociedade machista e transfóbica.

Da educação para a vivência diária contra rótulos, a APP-Sindicato tem o compromisso de provocar os debates acerca de todos os temas educacionais e o universo das atividades que podem ser trabalhadas em sala de aula – como o debate imprescindível de gênero e combate às violências nos espaços escolares.

O secretário executivo da Mulher Trabalhadora e Direitos LGBT da APP, o professor Clau Lopes, reforça a importância da comunidade escolar e da família na desmistificação de preconceitos e estigmas criados pela sociedade patriarcal, e que nem sempre conseguem dar o apoio e o ambiente adequados para o desenvolvimento das travestis, mulheres transexuais e homens trans – muitas vezes pela falta de conhecimento sobre o tema. “Cabe à sociedade civil e ao Estado o esforço conjunto para assegurar o direito dessa população que é vítima de várias formas de violência e muitas vezes marginalizada pela sociedade. Por isso, a vida escolar é decisiva à formação e ao desenvolvimento da criança. A escola precisa ocupar este lugar privilegiado na promoção de cidadania de crianças, de adolescentes e jovens. Não se pode ignorar nenhum público. É preciso acolher e garantir o desenvolvimento pleno”.

Clau Lopes destaca, ainda, que os professores e professoras, funcionários e funcionárias, busquem informações para que a temática possa ser trabalhada, lembrando que muitas vezes a falta de conhecimento que gera o preconceito ignora a realidade cruel e violenta vivida pela população trans. “A exclusão promovida pelo desrespeito e violência contra as pessoas trans dos bancos escolares faz com que essa população seja marginalizada e não aceita no mercado de trabalho pela falta de formação. É preciso mais diálogo e ações com toda a comunidade para que a causa seja abraçada na íntegra”, enfatiza o professor.

::Atente-se sobre a Resolução nº 1/2018, que define o uso do nome social de travesti e transexuais nos registros escolares.

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Dicas de filmes (**verificar sempre a classificação etária)

– Minha Vida em Cor-de-Rosa

– A Garota Dinamarquesa

– Clube de Compras Dallas

 Filmes brasileiros:

– Eu sou Homem

– Vera

– Madame Satã

– Dzi Croquettes

 Série:

– Liberdade de Gênero (GNT)

Vídeo produzido pelo PreparaNem, em 2016:

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