Quantas Terezas existem por aí? Quantas mulheres negras que lutam diariamente e que fazem a resistência? Com certeza você conhece não só a Tereza, mas, são tantos os outros nomes que se representam nesta Tereza pelo seu reconhecimento. Dia 25 de julho é alusivo ao Dia Estadual da Mulher Negra, ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha – homenagens complementares em que a ordem não altera a celebração. É uma soma para a sociedade!
Dia 25 também está inserido no calendário do Julho das Pretas. É neste mês que, anualmente, as mulheres negras e feministas unem ainda mais as suas forças. Organiza-se uma agenda conjunta para fortalecer a ação política coletiva das mulheres negras nos mais diversos segmentos. Chegamos na 9ª edição com o seguinte tema: “Para o Brasil Genocida, Mulheres Negras apontam a solução”. Um dos objetivos é denunciar o genocídio da população negra no Brasil, intensificado com a pandemia.
O secretário de Promoção de Igualdade Racial e Combate ao Racismo da APP-Sindicato, Luiz Carlos dos Santos, destaca a data pelas lembranças das lutas das mulheres negras espalhadas pelo mundo, assim como as ações que a APP realiza também pela Secretaria da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBTI+.
“Vamos falar da escola para além da escola, exemplificando pelas nossas professoras e funcionárias negras que fazem constantemente a resistência contra o racismo, machismo, preconceito. E, como dizem na Marcha Mundial das Mulheres, é para que todos e todas sejam livres. Sempre lembrando que se uma mulher negra avança, toda a sociedade avança junto com ela”, enfatiza Luiz Carlos.
Tereza de Benguela e sua trajetória. Quem ela foi? Nascida no século XVIII, Tereza de Benguela chefiou o Quilombo do Piolho ou Quariterê, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso. Sob seu comando, a comunidade cresceu militar e economicamente, incomodando o governo escravista. Após ataques das autoridades ao local, Benguela foi presa, vindo a se suicidar após recusar a viver sob regime de escravidão. Em sua homenagem, foi instituído no dia 25 de junho, Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data foi sancionada através da Lei nº 12.987/2014, que entrou em vigor no dia 02 de junho de 2014. A inspiração vem do Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, marco internacional da luta e da resistência da mulher negra, criado em 25 de julho de 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, na República Dominicana. |
- Do deputado estadual Professor Lemos (PT) instituiu-se a data no calendário paranaense – Dia Estadual da Mulher Negra. A data é um estímulo às organizações e coletivos de mulheres negras no enfrentamento ao racismo e qualquer forma de opressão (leia aqui a matéria da APP).
Recordar é viver para refletir! Lançamento do livro “Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis”, de Jarid Arraes, que ocorreu em uma programação da APP-Sindicato com debates alusivos à importância da representação negra na história e na literatura (clique aqui).
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