Datas comemorativas com muitos significados. São conquistas na vida de muitas pessoas. A história traça a busca por reconhecimento e aceitação, incluindo o direito de aprender e ensinar da comunidade surda, de inclusão no mercado de trabalho e qualidade de vida.
A legislação versa sobre a importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão no país. Acontece o processo de inclusão do(a) aluno(a) surdo(a) na rede pública de ensino e também sobre a formação que regulamenta a profissão do(a) Tradutor(a) e Intérprete de Libras.
Decreto n° 5.626, de 22 de dezembro de 2005 – Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
A dirigente do Núcleo Sindical de Maringá, Eliane Braga, comemora os 19 anos da oficialização da lei – e o respeito da APP-Sindicato que tem proporcionado, nos seus meios de comunicação, a acessibilidade a todos (inserindo a janela de intérprete nos materiais).
“A Lei da Libras é uma importante conquista para a Comunidade Surda Brasileira, pois marca não só o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais, como língua oficial do nosso país, como o início da conquista de direitos por parte dessa população, promovendo mais acessibilidade, além de fazer com que as pessoas entendam o olhar do surdo. Para os sujeitos surdos, a visão é o principal canal perceptivo, e a língua de sinais é sua língua natural”, destaca Eliane.
Conheça um pouco da história de Wagner Silva Machado – tradutor na APP-Sindicato Natural de Pinhão, com experiência de tradução desde os 7 anos de idade, por ter um irmão surdo. “Tive a sorte de aprender com meu irmão a língua de sinais, frequentando as pastorais e comunidade de surdos da cidade. Ajudava nas missas e depois comecei a focar nos cursos”, disse Wagner. Formação em Letras e Literatura, pós-graduação em Tradução e Interpretação de Língua de sinais para a Língua Portuguesa, e pós-graduação na área de educação bilíngue para surdos. São mais de 10 anos de experiência profissional de tradutor. Em Curitiba atua há seis anos. Hoje em dia é tradutor na APP-Sindicato, na UNESPAR (Faculdade de Artes), no Museu do Holocausto de Curitiba e coordenador de avaliação de novos tradutores no Paraná, além de voluntário na Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (FENEIS-PR). Na bagagem profissional estão o Instituto de Educação do Paraná Erasmo Piloto, Colégio Estadual Nirlei Medeiros, Centro de Apoio ao Surdo e aos Profissionais da Educação de Surdos (CAS), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e idealização da confecção de materiais bilíngue para surdos. “É uma luta diária pela inclusão real dos surdos, e não somente no nome. Gosto de sentir que as coisas acontecem de maneira mais natural. A importância da língua de sinais é muito significativa para mim, afinal, tem sua gramática e expressões próprias. Defendo uma inclusão subjetiva e uma comunicação mais clara possível”, ressalta Wagner. Dia 24 de abril – “Foram 100 anos de proibição da língua de sinais – até que em 1980 – os movimentos surdos iniciaram as lutas pelos seus direitos, de ser cidadão, de serem sinalizantes, de educação bilíngue. A promulgação da lei nacional marca o resultado de uma luta da comunidade surda. Lembrando que temos um decreto estadual de 1998, que versa sobre a qualidade linguística da língua de sinais – nós, paranaenses, somos pioneiros em muitas iniciativas, assim como no ENEM, por exemplo. Agora, em 2021, tivemos a votação na Câmara de Vereadores de Curitiba pela oficialização das libras como língua oficial”, finaliza Wagner. |