21 dias de ativismo: a educação se organiza pelo fim da violência contra as mulheres

21 dias de ativismo: a educação se organiza pelo fim da violência contra as mulheres

De 20 de novembro a 10 de dezembro ocorre a campanha de conscientização e pela ampliação de espaços de debate com a sociedade

Arte: Congresso Nacional / APP-Sindicato

No próximo domingo (20), será dada a largada no Brasil para a edição 2022 da campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher”. Mundialmente ancorada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que objetiva dar visibilidade ao combate da violência contra as mulheres; da conscientização à pratica em atitudes.

Foto: Reprodução CNTE

O tema da violência contra as mulheres requer atenção contínua. Pelo Coletivo de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), a mobilização da educação não cessa e culminou com uma reunião nessa quinta, dia 17 de novembro, entre educadoras do país. Foram muitos os debates sobre a conjuntura política e os desafios da categoria para o próximo período, após tantas atrocidades ocorridas na última gestão governamental.

A campanha começa junto com o Dia da Consciência Negra no Brasil, 20 de novembro, por ser a população negra a mais vitimada por diversas agressões, de emocionais a físicas – o leque se abre e é preciso frear a violência de qualquer forma.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2020, mostram que 61,8% das vítimas de feminicídio no país são negras. Foram registradas 1.350 mortes de mulheres negras somente no ano de 2020. Do total, 74,7% tinham entre 18 e 44 anos, e 81,5% foram mortas por companheiros atuais ou ex.

A secretária da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBTI+ da APP-Sindicato, Margleyse dos Santos, reforça a importância desse debate para que ações com credibilidade sejam feitas de fato, evidenciando especialmente casos que afetam crianças, mulheres periféricas e negras.

“Essa é uma tragédia generalizada, sem classe social. Mas, peculiarmente, atinge mais mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica e racial”, explica a secretária.

A campanha acontece anualmente em 150 países, conhecida pelos “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”. Vai de 25 de novembro, no Dia Internacional da Não Violência Contra as Mulheres, e termina em 10 de dezembro, pela proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos. As datas se diferem, mas o propósito é único.

De olho no calendário – A mobilização é empreendida por diversas representações da sociedade civil e do poder público, incluindo as principais datas:

20 de novembro – Dia da Consciência Negra (início da campanha no Brasil);
25 de novembro – Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres;
29 de novembro – Dia Internacional dos Defensores dos Direitos da Mulher;
1º de dezembro – Dia Mundial de Combate à Aids;
3 de dezembro – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência;
6 de dezembro – Dia dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres (campanha do Laço Branco);
10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos e encerramento oficial da campanha.

A violência choca e mata! Dados levantados pelo Instituto Patrícia Galvão mostram a gravidade:

– 79% das mulheres sofreram algum tipo de lesbofobia;

– 25% das mulheres lésbicas já sofreram discriminação em atendimentos ginecológicos;

– Uma travesti ou mulher trans sofre assédio a cada dois dias no país;

– Uma menina ou mulher é estuprada a cada 10 minutos;

– Três mulheres são vítimas de feminicídio por dia;

–  A cada hora, 26 mulheres sofrem algum tipo de agressão física no país.

Ajuda, denuncie!

180 – Central de Atendimento à Mulher

181 – Disque Denúncia Estadual / Paraná

153 – Patrulha Maria da Penha – Disponível em capitais e algumas cidades, informe-se

Delegacia da Mulher – Procure atendimento específico para o acolhimento de mulheres na sua cidade

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 *Com informações da CUT 

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