20° Jornada da Agroecologia do MST ocorre entre os dias 22 e 26 de novembro em Curitiba APP-Sindicato

20° Jornada da Agroecologia do MST ocorre entre os dias 22 e 26 de novembro em Curitiba

Além da tradicional feira de alimentos agroecológicos, a jornada também contará com shows e apresentações culturais, seminários, oficinas e espaços de visitação

Foto: Juliana Barbosa / MST - PR

A 20° Jornada da Agroecologia do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) ocorrerá entre os dias 22 e 26 de novembro, no campus Rebouças da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ao lado do shopping Estação.

Foto: Pedro Barros, TAUMKAOSAKI

A capital paranaense será a anfitriã do evento pela vez. Além da feira de alimentos agroecológicos e artesanatos, a jornada contará com a presença da cantora mineira Bia Ferreira, assim como outros shows e apresentações culturais, seminários, oficinas e espaços de visitação.

Entre os quatro dias de evento, a estimativa é reunir cerca de 60 feirantes, vindos de todas as regiões do Paraná, e também de outros estados, com alimentos saudáveis e produtos artesanais.

A iniciativa conta com o apoio de 60 organizações, movimentos sociais e populares, coletivos e instituições de ensino, incluindo a APP-Sindicato. Um dos objetivos centrais da jornada é compartilhar com o grande público urbano os frutos da agroecologia e a sua viabilidade como modo de produção de alimentos, vida saudável e transformação social.

A jornada também possibilita o intercâmbio de camponeses(as), povos originários e tradicionais, pesquisadores(as), estudantes e militantes dedicados(as) às diversas lutas relacionadas.

Após 6 anos de retrocessos nos governos Temer e Bolsonaro, responsáveis pelo desmonte de políticas ambientais, aumento da violência no campo e da fome, do desmatamento e do uso de agrotóxicos, a organização espera mais de 20 mil pessoas participando da jornada nos quatro dias de evento.

Ato de partilha de alimentos durante a 19ª edição da Jornada, em 2022. Foto: Bernardo Vaz

Agroecologia volta a ter espaço em políticas públicas

Nos primeiros governos Lula, a agroecologia foi pautada por meio da política nacional de Orgânicos, os Programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e da Alimentação Escolar (PNAE) e projetos de bancos de sementes.

Camponês Celson Chagas em sua plantação orgânica de tomates no Assentamento Contestado, Lapa/PR. Ele integra a cooperativa Terra Livre, que entrega mais de 20 toneladas de alimentos por semana a escolas de Curitiba e Região via PNAE. Foto: Leonardo Henrique / MST-PR.

No novo mandato, foi anunciada a retomada do Conselho Nacional da Política de Orgânicos e Agroecológicos e da a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), fornecendo sementes e privilegiando a compra de produção agroecológica, uma nova estrutura do MDA em discussão de uma política de uso e conservação da agrobiodiversidade, e a criação do projeto de Quintais Produtivos voltado especialmente para as mulheres.

Vanessa Padilha é moradora do assentamento Contestado e integrante da coordenação da Cooperativa Terra Livre, e mostra alguns dos produtos beneficiados entregues às escolas públicas. Foto: Leonardo Henrique / MST-PR

“Agroecologia, na essência, é vida”

Diante do cenário de agravamento da crise climática e das pioras nas condições de vida da população em todo o mundo, com aumento da fome e dos desastres naturais, a agroecologia tem sido projetada como garantia de presente e de futuro do planeta. 

“A gente não pode ter mais dúvida, as ideias centrais da agroecologia são científicas e em defesa da vida”, garante Roberto Baggio, membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e um dos integrantes do grupo que iniciou a construção das Jornadas no Paraná. “Agroecologia, na essência, é vida”, resume. 

Na avaliação do dirigente do MST, a superação do agronegócio está entre as mudanças estruturais necessárias para o próximo tempo histórico, para frear a destruição da biodiversidade, dos bens comuns e da própria vida humana.

O acampamento Maria Rosa do Contestado, de Castro, tem certificação 100% agroecológica. Foto: Joka Madruga

Show, feira e formação

A diversidade da cultura popular brasileira e paranaense é presença confirmada na programação da 20ª Jornada. Como já é tradição, o palco do evento vai receber shows e apresentações artísticas, com muita música, teatro e dança. 

Oficina de Confecção de iscas para abelhas e extrato de própolis, durante a 19ª edição. Foto: Leandro Taques

O colorido e a qualidade da produção virá de assentamentos e acampamentos do MST, de povos indígenas, de comunidades tradicionais e de coletivos da Economia Solidária. Na edição do ano passado, mais de 30 toneladas de alimentos in natura e industrializados foram comercializadas na feira. 

No dia 24 de novembro, uma das programações será o show da Bia Ferreira, cantora mineira. A compositora e multi-instrumentista vai ocupar a capital paranaense com muito som, definido por ela como Música de Mulher Preta (MMP), passando por ritmos como soul, r&b, e o rap e referências brasileiras como o samba e o repente. 

Suas letras falam sobre os direitos das mulheres, liberdade, feminismo, amor e afeto, além de expor sua luta contra o racismo e a homofobia. Temas que a agroecologia traz em seu cerne como método de produção de alimentos saudáveis e relações pessoas versus meio ambiente.

Registro do mutirão de plantio de alimentos na comunidade Padre Roque Zimmermann, em Castro, que farão parte da partilha marcada para ocorrer durante a Jornada. Foto: Wellington Lenon / MST-PR

No espaço Culinária da Terra, pratos típicos do sul do país para todos os gostos estarão à venda a preços populares. Para quem quer aprender mais sobre agroecologia, serão oferecidas dezenas de seminários, oficinas práticas e conferências. Toda a programação é gratuita. 

Também haverá um grande ato de solidariedade com partilha de alimentos para famílias moradoras de comunidades de ocupação de Curitiba e região metropolitana. A diversidade de alimentos virá de assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária, parte produzida a partir de mutirões de plantio em hortas comunitárias de espaços da reforma agrária. Na edição do ano passado, 20 toneladas de alimentos foram partilhados. 

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Serviço

  • 20ª Jornada de Agroecologia, de 22 a 26 de novembro
  • Local: campus Rebouças da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – ao lado do shopping Estação. Rua Rockefeller, 57 – Bairro Rebouças 
  • Mais informações: https://jornadadeagroecologia.org.br/ 
  • Contato para a imprensa: Ednubia Ghisi (41) 99122-5303
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