Durante as comemorações e atos realizados neste Dia do Trabalhador (1º de Maio), mais de 1 milhão de trabalhadores(as) decidiram parar o Brasil no dia 14 de junho. Somente em São Paulo, mais de 200 mil trabalhadores e trabalhadoras foram ao centro para lutar contra o fim da aposentadoria.
Em Curitiba, a CUT, entidades sindicais e movimentos sociais firmaram uma parceria com as pastorais regionais para promover um ato religioso, seguido de uma caminhada pelo bairro Rebouças.
“O 1º de maio não é uma data para comemoração, mas sim, de luta. Foi o que fizemos no Paraná neste dia que também ficou marcado por atividades de base, conversando com a população e mostrando todos os malefícios que essa reforma, caso aprovada, trará para todos. Na prática, significa o fim da aposentadoria”, enfatizou a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz.
Fim da aposentadoria
A proposta nefasta, apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) acaba com a Previdência, isso porque, pelo texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 006/2019, a aposentadoria por tempo de contribuição irá acabar e as mulheres serão obrigadas a se aposentarem com, no mínimo, 62 anos de idade, e os homens 65 anos. A PEC começa a ser analisada na Comissão Especial na Câmara dos Deputados na próxima semana.
“A proposta de Bolsonaro e seu guru, Paulo Guedes [ministro da Economia], é cruel com o povo. Querem acabar com o auxílio-doença, dificultar o auxílio-maternidade, acabar com o direito dos trabalhadores, sobretudo os mais pobres, de receberem pensão e aposentadoria para sobreviver. É por isso que vamos parar dia 14”, destaca o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
Além do aumento da idade mínima, o tempo mínimo de contribuição subirá de 15 anos para 20 anos os trabalhadores vão receber menos, apenas 60% do valor do benefício será pago se a reforma for aprovada. Para ter acesso à aposentadoria integral, o trabalhador terá de contribuir por pelo menos 40 anos.
Solução do problema
Segundo o presidente da CUT, se o problema do governo é arrecadação de dinheiro, as centrais sindicais têm uma proposta de reforma Tributária para apresentar.“Se Guedes quer arrecadar R$ 1 trilhão que vá tributar os ricos e milionários que têm jatinho, avião e jet ski. Não venha querer tirar do povo trabalhador”, ressaltou Vagner, reforçando que a proposta de reforma Tributária das centrais foi construída em conjunto com a Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal).