O Brasil é considerado o país que mais mata pessoas por motivação LGBTIfóbica no mundo. Uma realidade tão inconcebível quanto lamentável, e que torna cada vez mais urgente e necessária a reflexão sobre gênero e diversidade sexual na comunidade escolar e em todos os setores da sociedade.
O professor paranaense Lindolfo Kosmaski foi uma dessas vítimas da intolerância. O sorriso largo e a vontade incansável de aprender e mudar o mudo ao seu redor fez dele ativista LGBT e militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). No entanto, sua trajetória de ensino e lutas foi brutalmente interrompida no último dia 1. Lindolfo foi encontrado carbonizado no município de São João do Triunfo e as investigações apontam que o motivo do crime foi homofobia.
A APP-Sindicato aproveita este dia 17 de maio para rememorar o caso do professor Lindolfo e clamar atenção para o respeito à diversidade humana.
“Lindolfo era, além de um excelente professor, um amigo de luta e de militância. Vamos acompanhar o caso até que seja resolvido e os culpados punidos. Ele não será esquecido”, diz o secretário da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBTI, professor Clau Lopes.
O Sindicato busca, por meio da memória de Lindolfo e de tantos(as) outros(as) cidadãos e cidadãs que sofrem discriminação e violência de gênero defender que a escola precisa ser um local de informação e de combate ao preconceito.“ Precisamos todos os dias nos lembrar de construir uma educação pública de qualidade vai além da valorização profissional e de uma grande estrutura. Seu papel emancipador deve ser estendido para a vida de todas as pessoas até que todos e todas sejamos livres”, explica o secretári0. (Veja o vídeo abaixo)
Respeitar a diversidade é prioridade – A data escolhida como Dia Internacional de Combate à LGBTIfobia faz referência ao 17 de maio de 1990, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças.
Desde então, o 17 de maio virou símbolo da luta por direitos humanos e pela diversidade sexual, contra a violência e o preconceito. Garantir o respeito à orientação sexual e a identidade de gênero é o primeiro passo para garantia do direito fundamental à dignidade da pessoa humana, como garantia do Estado Democrático de Direito.
“A não criminalização ou patologização dessas características só mostra que vivemos em uma sociedade diversa e que precisa urgentemente aprender a conviver com essa diversidade como garantia de uma nova cultura de respeito entre todas e todos”, comenta Clau Lopes.
Lembrando que o reconhecimento da orientação sexual e da identidade de gênero são características humanas e parte fundamental na vida de todas as pessoas, Lopes destaca que o papel dos(as) educadores(as), dentro e fora da escola, “é a construção de ambientes livres da violência e discriminação LGBTIfóbica”.
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