14º Congresso Estadual APP-Sindicato vai debater entre os dias 11 e 13 julho desafios e o futuro da educação pública

14º Congresso Estadual APP-Sindicato vai debater entre os dias 11 e 13 julho desafios e o futuro da educação pública

Durante a programação do evento, que será realizado em Pinhais (RMC), haverá o lançamento oficial do “Movimento Não Venda a Minha Escola”

Última edição do Congresso da APP-Sindicato aconteceu em 2020, em Maringá - Foto: Joka Madruga

De 11 a 13 de julho, professores(as) e funcionários(as) de escola do Paraná participam da 14ª edição do Congresso Estadual da APP-Sindicato. O encontro, um dos maiores eventos sobre educação pública do país, será realizado no Expotrade Convention Center, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (RMC). Durante os três dias, também serão promovidos debates e discussões sobre pautas permanentes para a categoria. Mais de 600 delegados(as), representando educadores(as) da rede estadual e de redes municipais de ensino, já estão inscritos(as).

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“O Congresso Estadual da APP-Sindicato é a segunda maior instância de organização da nossa categoria. Ele acontece de quatro em quatro anos e tem uma agenda intensa de análises de conjuntura internacional, nacional, sindical, educacional e estadual, e também formula o período de lutas para os próximos quatro anos. É um momento importante de avaliação de todas as políticas e da gestão do sindicato”, explica a secretária de Assuntos Jurídicos da APP e vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marlei Fernandes.

Marlei Fernandes, secretária de Assuntos Jurídicos da APP – Foto: Bruna Durigan / APP

Para a dirigente, um dos destaques da programação é a palestra de abertura. A atividade vai discorrer sobre o tema do Congresso, “Outra educação é possível: democracia, direitos e inclusão social”, abordando como elemento central o avanço da extrema-direita no mundo e os impactos nas lutas sindicais e de defesa da escola pública. Essa conferência será ministrada pelo pesquisador, doutor em Ciências Sociais e professor do departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Juarez Rocha Guimarães.

Não venda a minha escola

A discussão sobre a transferência da gestão das escolas públicas para a iniciativa privada, como o projeto Parceiro da Escola, iniciativa do governador Ratinho Jr. para autorizar a privatização de estabelecimentos da rede estadual, também estará no centro da programação. O tema será discutido em uma palestra com o tema “Reformas permanentes neoliberais e de privatização da educação pública”, que será ministrada pela pesquisadora do Observatório Latino-americano de Política Educativa da Internacional da Educação OLPE-IEAL, a antropóloga Gabriela Bonilla.

Foto: Altvista / APP-Sindicato

Outra ação dentro dessa pauta será o lançamento do “Movimento Não Venda a Minha Escola”. A cerimônia está marcada para às 18h do primeiro dia do Congresso, na quinta-feira. O secretário de Geral da APP, Celso José dos Santos, explica que o movimento vai buscar engajar a comunidade escolar, lideranças e autoridades no enfrentamento aos ataques que o governo do Ratinho Jr. vem fazendo para entregar as escolas aos grandes grupos empresariais.

“São bilhões que serão destinados a esses grupos, retirando recursos públicos do orçamento da educação. Ora, se tem dinheiro para empresário, por que esse dinheiro não é investido na educação pública do Paraná? Esses são os nossos desafios e por isso a necessidade do engajamento de toda a população, de toda a sociedade, de todas as lideranças na defesa da escola pública”, afirma.

Celso dos Santos, secretário Geral da APP – Foto: Luan Romero / APP-Sindicato

De acordo com o dirigente, o  momento é de grande desafio para a classe trabalhadora, pois em nível mundial há um crescimento dos grupos de extrema-direita que querem acabar com o direito da classe trabalhadora, estado mínimo para os(as) trabalhadores(as) e máximo para o empresariado. 

Santos pontua que no Paraná o governo Ratinho Jr. já aplicou essa lógica com a terceirização dos(as) funcionários(as) de escola, com o início de privatização do ensino profissionalizante e com uma nova ofensiva de privatização da gestão da gestão das escolas.

O 14º Congresso Estadual da APP-Sindicato acontece no momento de grande desafio para a classe trabalhadora. Em nível mundial, nós vemos um crescimento dos grupos de extrema direita que querem acabar com o direito da classe trabalhadora, junto com os neoliberais de direita, que querem um estado mínimo para os trabalhadores e máximo para o empresariado. 

“Então no Congresso, nós vamos avaliar essa conjuntura, preparar o nosso plano de luta para fazer os enfrentamentos para reverter esse cenário, porque nós acreditamos que uma outra educação é possível quando a gente se une”, diz.

Tecnologia, cultura e homenagens

Além das atividades de formação em torno das pautas educacionais, a organização do 14º Congresso da APP-Sindicato está preparando espaços que prometem encantar os(as) congressistas. Para entrar no local do evento, todos(as) os(as) participantes vão passar por uma galeria com vários cenários e equipamentos tecnológicos de última geração, planejados para criar uma experiência imersiva. Durante o percurso, telas, objetos e sons vão recontar os 77 anos de história da APP-Sindicato e projetar um futuro onde outra educação é possível.

Julia Maria Moraes, secretária executiva de Saúde e Previdência da APP- Foto: Arquivo / APP

Para a secretária executiva de Saúde e Previdência da APP, Julia Maria Moraes, proporcionar momentos de recordação é importante para fortalecer a organização das lutas da categoria, que perpassam pelas condições de trabalho na escola, pela carreira e, essencialmente, a defesa da educação pública. 

“A atuação histórica da APP, ao longo de nossos 77 anos, é fundamental para  o que defendemos como papel da educação e da escola pública, que denuncie a cultura do machismo e do racismo e que aponta os caminhos para uma nova cultura, de respeito e valorização das mulheres, do povo negro e da classe trabalhadora”, diz.

Malas prontas

Na expectativa para vivenciar toda a programação, a professora, Maria Sandra Cardoso de Oliveira, conta que já está com as malas prontas. Ela dá aulas de Geografia e Filosofia há 17 anos em Foz do Iguaçu e vai participar pela primeira vez. Até chegar em Pinhais, ela e outros(as) educadores(as) daquela região do estado vão percorrer 650km e fazer cerca de 10 horas de viagem, atravessando o estado de oeste a leste.

“Eu participo das atividades do sindicato aqui na minha cidade e já estou com as malas prontas para o Congresso. As minhas expectativas são de conhecer novas pessoas, entender um pouco mais, buscar novos conhecimentos”, relata.

Questionada como está se preparando para enfrentar as baixas temperaturas previstas para a região metropolitana da capital do estado durante os dias do evento, a professora diz que já colocou uma blusa na mala, mas ainda vai pesquisar mais sobre a previsão do tempo para não faltar agasalho nem sobrar peças na mala.

Segundo o  Simepar, a previsão para os dias 11, 12 e 13 de julho é de céu parcialmente nublado com pancadas de chuva. As temperaturas devem ficar 10ºC e 15ºC na quinta-feira(11) e no sábado(13) caem um pouco, registrando mínima de 9ºC e máxima de 12ºC.

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