1. Ao lado dos grandes
Paulo Freire é um dos homenageados na estátua Efter Badet, que fica na Suécia. Além de Freire, nomes como Angela Davis, Pablo Neruda, Sara Lidman também são referenciados na obra.
2. “O livro que poderia não prestar”
Ao presentear o casal amigo Jacques Chonchol e Maria Edy Ferreira com os manuscritos de Pedagogia do Oprimido, na primavera de 1968, Freire escreveu: “queria que vocês recebessem estes manuscritos de um livro que pode não prestar, mas que encarna a profunda crença que tenho nos homens”.
3. De Recife para o mundo
50 anos depois, “o livro que poderia não prestar” estaria traduzido em mais de 40 idiomas. Com mais de um milhão de cópias vendidas, Pedagogia do Oprimido é a terceira obra mais citada em trabalhos acadêmicos da área de ciências sociais em todo o mundo.
4. Leitura proibida
Aliás, a primeira edição de Pedagogia do Oprimido foi lançada em inglês e espanhol, em 1968. Proibida no Brasil, a obra permaneceu inédita no país até 1974.
5. Crime: ensinar demais
Trabalhar para acabar com o analfabetismo no Brasil foi o “crime” que levou Paulo pra cadeia por 70 dias, logo após o golpe militar de 1964. Ele fora convidado pelo presidente deposto, João Goulart, para criar e coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. O Brasil de hoje poderia ser outro.
6. O inédito viável
“Inédito viável” era uma das expressões favoritas de Paulo. Traz em si a convicção de que, o que era impossível ontem, hoje é viável. Portanto, o impossível hoje pode ser possível amanhã, desde que nos arrisquemos a criar o novo.
7. Andarilho da esperança
Asilado no Chile, Freire começava a exportar sua pedagogia libertadora. A erradicação do analfabetismo no bojo da Revolução Sandinista, na Nicarágua, foi inspirada no pensamento freireano. Segundo ele mesmo: “além de obter êxitos estatísticos impressionantes na redução do analfabetismo, se constituiu num grande movimento de mobilização e de educação, tanto dos alfabetizandos como dos alfabetizadores que juntos cresceram na leitura da realidade nicaraguense” (Pedagogia do Compromisso, 2008).
8. Lendo o mundo e ensinando a ler
No período em que morou a Europa, Paulo Freire foi convidado a viajar pelos cinco continentes. No Quênia, povos nômades do deserto foram alfabetizados com o método dele em 1985.
A partir do Conselho Mundial das Igrejas, Freire teve atuação principalmente com as realidades de países de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde e, em maior grau, Guiné-Bissau. Mas esteve em contato também com Gabão, Tanzânia, Quênia, Senegal, Botswana e Zâmbia.
9. Professor em Harvard
A prestigiada Universidade de Harvard foi o endereço de Paulo freire no período de exílio em que viveu nos Estados Unidos, em 1969, onde lecionou por 10 meses. Antes, morou na Bolívia e no Chile. Depois, foi para a Suíça.
10. Legado
“Eu gostaria de ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida!”, disse Paulo em uma das suas últimas declarações.
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