Seminário aponta horizontes para a luta dos(as) educadores(as) APP-Sindicato

Seminário aponta horizontes para a luta dos(as) educadores(as)

Evento promoveu debates e reflexões com professores(as) e funcionários de escola em Curitiba

As ações dos movimentos social e sindical para o próximo período foram o destaque das falas dos(as) palestrantes que provocaram os debates na tarde desta sexta-feira (23), no seminário realizado pela APP-Sindicato em Curitiba. Durante o evento, que tem como tema “Conjuntura e Desafios, 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, também houve o lançamento da Agenda 2019 do Sindicato e dois livros de autoria de professores.

“Vamos persistir e resistir”, disse a coordenadora nacional do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Hilma de Lourdes dos Santos, ao comentar sobre o período atual vivido no Brasil pelos movimentos sociais. “Está sendo difícil este período, porque conseguiram fazer com que o nosso povo tenha ódio da gente”, lembrou.

Hilma se emocionou ao recordar de casos de tortura ocorridos durante o período da ditadura militar e observar que desde o processo eleitoral há o registro de aumento da violência contra os(as) mais pobres, principalmente jovens. “Quando eles atacam um de nós é a todos nós que estão atacando, porque defendemos os direitos humanos”.

Secretário de Política Econômica e Desenvolvimento Sustentável da Confederação Sindical das Américas (CSA), Rafael Freire, afirmou que o caminho para enfrentar e superar os desafios passa por ações como atualizar a formação, valorizar a organização dos movimentos, transformar a consciência de classe em organização de classe, enxergar prioridades, dialogar com a população e atualizar a estratégia.

Freire explanou sobre os ataques aos movimentos social e sindical ao longo da história recente. Segundo ele, enquanto governos anteriores, entre as décadas de 70 e 90 atacaram “pelas bordas”, após o impeachment da presidenta Dilma as ações têm focado o centro das relações de trabalho e da estrutura sindical, retomando aspectos que já haviam sido superados.

Ele deu como exemplo a reforma trabalhista, que tem jogado o(a) trabalhador(a) para o mundo da informalidade e reduzindo o papel de representatividade dos sindicatos, além da permissão para terceirização indiscriminada também no serviço público e do congelamento dos investimentos nas áreas sociais. “Precisamos saber que estamos enfrentando algo diferente do que já enfrentamos”, destacou o sindicalista. Segundo Freire, o conhecimento e as lutas da APP-Sindicato são uma base importante para orientar e atualizar a luta nos próximos anos.

Debates e lançamentos – Na sequência da programação, professores(as) e funcionários(as) de escola usaram a palavra para debater as reflexões apresentadas. Em seguida, o secretário de Comunicação da APP-Sindicato, funcionário de escola Luiz Fernando Rodrigues, fez o lançamento da edição 2019 da tradicional agenda da APP-Sindicato.

O dirigente explicou que o material dialoga “com a conjuntura e com a realidade que estamos vivendo, além de apontar horizontes”. A agenda foi construída com poemas e músicas e ilustrado com criações do estúdio de arte Ateliê 15. A mensagem é de “resgate da utopia e da resistência em tempos de luta e esperança”, disse Rodrigues.

O Seminário da APP-Sindicato também abriu espaço para o lançamento dos livros “Um trem para Leontina”, romance de autoria do professor Romeu Gomes de Miranda, e “Professores e professoras doentes. De quem é a culpa?”, de autoria do professor Adão Aparecido Xavier.

O evento foi transmitido ao vivo pelo Facebook da APP-Sindicato. No período da manhã a palestra foi com o sociólogo Jesse de Souza. Confira nos links abaixo os vídeo com a íntegra das explanações dos(as) convidados(as) e as participações dos(as) educadores(as).

:: Seminário Conjuntura e Desafios
1ª parte – Jessé Souza
2ª parte – Hilma de Lourdes dos Santos e Rafael Freire

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