Erros nos suprimentos prejudicam educadores(as) mais uma vez APP-Sindicato

Erros nos suprimentos prejudicam educadores(as) mais uma vez


Já é o segundo mês que Júlio está preocupado com seu salário. Isso porque ele, que é educador concursado da rede pública de ensino do Estado, está começando a passar dificuldades financeiras graças à confusão com seu pagamento de março e abril.

Para se ter uma ideia, em abril o professor deve receber menos da metade do salário que tem direito. Com um padrão de 20h e mais aulas extraordinárias, o educador receberá uma quantia que não atinge nem 50% do que deveria. Julio César Nunes da Silva, que atua no Colégio Estadual Humberto Puiggari Coutinho, em Londrina, está entre os(as) mais de 300 educadores(as) que devem passar pelo mesmo problema, mais uma vez. Acontece que professores(as) QPM de Londrina e Curitiba tiveram seus suprimentos enviados de forma incorreta e agora pagam pelo erro dos outros.

Julio desabafa que já está com dificuldades financeiras por causa dessa situação. O educador, que vê suas contas atrasarem cada vez mais, está indignado. “Isso vai afetar minha vida em todos os sentidos. Não vou pagar as contas de luz, escola de música da minha filha, não vou ter lazer esse mês, minha fatura de cartão de crédito também não vai ser paga. Depois, vou pagar quase o dobro da fatura, por causa dos juros. E o pior é que ninguém vai me ressarcir esses valores mais tarde”, explica. A preocupação do educador é, além disso, que, quando o governo fizer o pagamento correto dos salários, terá ainda mais impostos retidos, como o imposto de renda. “Além dos juros das contas atrasadas, vou ter problema com imposto de renda. Mesmo quando receber, terei problemas e vou ser prejudicado. Haja empréstimos para dar conta de tudo  isso”, aponta.

A APP-Sindicato, em reunião com a Secretaria de Educação (Seed) na última terça-feira (26), cobrou que a Seed resolva o problema o quanto antes. A Secretaria informou que vai lançar uma folha complementar para resolver a situação. No entanto, a folha complementar deve efetuar o pagamento corretamente próximo ao dia 10 de maio. O que indica mais de 10 dias de atraso, implicando em ainda mais problemas para os(as) educadores(as).

De acordo com a secretária Educacional da APP-Sindicato, professora Walkíria Mazeto, esse é um erro recorrente em todo início de ano, mas em 2016 o problema tem se prolongado. “A questão é que estamos diante de erros cometidos por quem faz os suprimentos e isso prejudica o trabalhador, já que não entram as aulas certas e o pagamento do salário não é feito corretamente”, explica. O pedido de folha complementar para resolver os problemas com os salários já vem sento feito há meses junto à Seed. “Desde o início do ano estamos pedindo folha complementar todo mês em que ocorrem erros ou atrasam pagamentos. Esse mês não foi diferente. Quando percebemos que havia falhas nas folhas, e que muitos trabalhadores ficariam com o pagamento errado, fizemos o pedido da folha complementar”, completa.

Enquanto os problemas não são corrigidos, os(as) educadores(as) são afetados(as). “Em fevereiro nós pegamos as aulas. Estamos em maio. Em dois meses eles não conseguiram suprir os educadores ainda. É inexplicável, parece má vontade. O mês passado já era complicado receber errado, mas a gente relevou. Só que esperar dois meses é muita coisa, é inexplicável. É de ficar indignado”, declara Julio.

 

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